Suíno Vivo: Com demanda retraída, mercado registra mais uma semana de preços estáveis
Nesta sexta-feira (28), as cotações para o suíno vivo encerraram estáveis nas principais praças de comercialização. Em toda a semana, nenhuma mudança de preços foi registrada, devido ao consumo retraído no cenário doméstico. Por outro lado, as exportações registram desempenho positivo em outubro.
Em todo o mês, o mercado de suínos registrou fraqueza. Segundo explica o analista da Safras & Mercado, Allan Maia, a demanda retraída foi o principal fator que contribuiu pra esse cenário, dificultando o repasse de preços ao consumidor final. “Por outro lado, os frigoríficos buscaram controlar seus estoques, adotando uma estratégia de menor procura por suínos vivos, o que contribuiu para reajustes no atacado”, destaca.
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) também aponta para dificuldade de repasse, devido a baixa procura pela proteína. “Mesmo com a oferta de animais para abate reduzido, a demanda interna enfraquecida não tem dado espaço para aumentos nos valores, ainda mais no período de final de mês”, explicam os pesquisadores.
Com isso, o setor já espera encerrar 2016 com saldo negativo, visto que não houve reação no mercado doméstico no período em que historicamente costumam ser registrada evolução nos preços com as festas de final de ano. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos), Valdomiro Ferreira, explica que a situação é preocupante, em que não há expectativa de mudanças de cenário.
"Precisaríamos percorrer aproximadamente seis meses com rentabilidade superior a 12% para zerar o prejuízo acumulado em 2016", conta Ferreira. Atualmente, os preços praticados em São Paulo – entre R$ 77 a R$ 79/@ – estão abaixo dos custos de produção do estado, que está em média R$ 83/@. Com isso, Valdomiro explica que em apenas três semanas do ano houve remuneração aos suinocultores em 2016.
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Em Santa Catarina, o presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, aponta que na região os negócios são realizados abaixo da referência. Além de relatos de suinocultores deixando o mercado por falta de remuneração e dificuldades para renegociação de dívidas. “Esperamos que com a virada do mês e com a proximidade do Natal a gente possa ter mais consumo no mercado interno e que possamos diminuir os prejuízos de 2016”, projeta.
Preços
Diante desse cenário, o levantamento semanal de preços realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que nenhuma mudança foi registrada na semana. Os negócios em São Paulo estão ocorrendo entre R$ 77 a R$ 79 pela arroba suína – valor equivalente a R$ 4,11 a R$ 4,21 pelo quilo do vivo. Já em Santa Catarina, a cotação é de R$ 3,90/kg.
No Rio Grande do Sul, a referência é de R$ 3,92/kg, segundo a pesquisa semanal realizada pela ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul). No Paraná, a média das cotações está em R$ 3,80/kg, enquanto que Minas Gerais sustenta a referência de R$ 4,20/kg.
Exportações
Já as exportações de carne suína in natura seguem apresentando resultados positivos em outubro, segundo dados divulgados na segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em 14 dias úteis, foram exportados 40,3 mil toneladas, com média diária de 2,9 mil toneladas. Em receita, os dados apontam para US$ 102,0 milhões, com valor por tonelada em US$ 2.529,6.
Para Allan Maia, o desempenho das vendas externas deve encerrar positivo em outubro. “A expectativa é de que os embarques em outubro para a carne suína in natura e industrializada alcancem 65 mil toneladas, acima dos volumes registrados no mesmo período do ano passado”, explica.