Suíno Vivo: Semana encerra com queda de preços em MT, após dias de estabilidade nas principais praças
Após semana de estabilidade, as cotações para o suíno vivo registraram queda nesta sexta-feira (21). Em Mato Grosso, a referência de negócios passou de R$ 3,25/kg para R$ 3,23/kg. Nas demais regiões, o cenário de manutenção nas cotações, enquanto as exportações seguem em ritmo positivo na semana.
Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), na semana o mercado registrou lentidão, mesmo com a recuperação da competitividade da proteína diante das carnes de frango e boi.“Segundo colaboradores do Cepea, apesar da maior competitividade, o ritmo de vendas de carne suína está lento, limitando reajustes nos valores. Assim, o preço pago ao produtor também custa a reagir no mercado independente”, explica o boletim.
A Scot Consultoria também aponta que o mercado está andando de lado nos últimos dias, com registro de dificuldades também no atacado, com a carcaça suína valendo R$ 6,00/kg – o que representa uma queda de 13% em um ano."Neste momento do mês, os compradores já começaram a se mostrar mais receosos em suas aquisições, pois o consumo tende a ser prejudicado na segunda quinzena, quando ocorre um declínio no poder aquisitivo da população", aponta a consultoria.
O analista da Safras & Mercado, Allan Maia, explica que a demanda está abaixo das expectativas, impedindo a retomada de preços no cenário doméstico. ”Nem mesmo os excelentes números da exportação são suficientes para a retomada do movimento de alta”, acrescenta.
O presidente da APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos), Valdomiro Ferreira, explica que a tendência de preços não é positiva, em que produtores têm encontrado resistência em repassar altas devido aos problemas econômicas do país.
"Em médio a curto prazo, as expectativas não são muito boas. O consumidor final está descapitalizado, trazendo dificuldades para repassar os preços. Por isso devemos ter uma certa estabilidade para o final do ano", explica Ferreira em entrevista divulgada pela ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos).
Preços
Diante deste cenário, o mercado enfrentou mais uma semana de cotações inalteradas em grande parte das praças de comercialização. Segundo o levantamento semanal de preços realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a única mudança de preços ocorreu em Mato Grosso, após o recuo de 0,62% na semana.
Na praça paulista, a definição de preços voltou a fechar entre R$ 77 e R$ 79/@, equivalente a R$ 4,11 a R$ 4,21 pelo quilo do vivo. Em Santa Catarina, a referência seguiu em R$ 3,90/kg, apesar de parte das regiões do estado registrar negócios abaixo deste valor – segundo informações da ACCS.
Já no Rio Grande do Sul, a pesquisa semanal da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) apontou que a média de preços pagos aos produtores independentes permanece em R$ 3,92/kg. Em Minas Gerais, a reunião da bolsa de suínos também manteve a cotação, em R$ 4,20/kg.
Exportações
Enquanto no mercado interno o cenário é de dificuldades, por outro lado, os dados parciais de exportações de carne suína in natura em outubro seguem registrando desempenho superior ao ano passado, segundo divulgou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Até a segunda semana do mês – num total de 9 dias úteis – foram embarcados 27,0 mil toneladas.
Com média diária de 3 mil toneladas, há um acréscimo de 43,4% na comparação com o volume por dia no mesmo período do ano passado e aumento de 0,1% na relação com setembro. Em receita, os dados apontam para US$ 64,4 milhões, com valor por tonelada em US$ 2.382,2.
Dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) apontam que os embarques registraram alta de 39% em setembro, incluindo todos os produtos (entre in natura e processados). Com isso, foram embarcados 73 mil toneladas no período, totalizando 551,9 mil toneladas nos nove primeiros meses do 2016.
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