Suínos: ABCS se reúne com Banco do Brasil para pleitear suspensão de débitos dos produtores
Como desdobramento da audiência pública realizada no dia 04 de outubro na Câmara dos Deputados, o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, e o deputado Covatti Filho (PP/RS) estiveram reunidos nesta terça-feira (11) com representantes do Banco do Brasil para tratar sobre o pedido de suspensão dos vencimentos dos custeios e investimentos pecuários para suínos. O pleito é uma das medidas defendidas pela entidade e que podem auxiliar os produtores a enfrentar a crise no setor.
Na oportunidade, Lopes apresentou aos gerentes executivos da Diretoria de Agronegócios do Banco do Brasil, Günther Knak e Antônio Banhara, a nota técnica elaborada pela ABCS e pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) que relata a atual crise vivida pelos suinocultores e defendeu a importância da suspensão desses vencimentos para os produtores. De acordo com o presidente da ABCS, o pleito é embasado no capítulo 2 do Manual de Crédito Rural do Banco do Brasil – Seção 6 - Reembolso, item 9 – o qual considera que independentemente de consulta ao Banco Central do Brasil, é devida a prorrogação da dívida, aos mesmos encargos financeiros antes pactuados no instrumento de crédito, desde que se comprove incapacidade de pagamento do mutuário, em consequência de dificuldade de comercialização dos produtos, entre outros itens. “Esse é um momento de grande dificuldade do nosso setor em que o alto custo de produção comprometeu o lucro dos produtores, por isso a prorrogação desses débitos deve ajudar os mesmos a recompor o capital de giro e no futuro poderem honrar suas dívidas”, disse Marcelo Lopes.
Segundo Günther Knak, o Banco do Brasil está disposto a negociar os vencimentos e se comprometeu a realizar um comunicado interno, entre as agências do país, solicitando que os gerentes deem uma atenção maior a estes pedidos. “Dentro do que já existe no Manual de Crédito Rural, o banco tem condições de fazer essa renegociação, independentemente de alguma medida adicional. No entanto, a palavra suspensão é muito forte e precisamos ter cautela porque trata-se de recurso público, por isso precisamos analisar a gravidade da crise como um todo para saber se é uma situação que deve ser avaliada individualmente ou se precisará de um laudo técnico coletivo”. Knak ainda orientou que os produtores procurem seus gerentes para saber das possibilidades de renegociação.
Para o deputado Covatti Filho, o resultado da reunião foi positivo. “Saímos daqui contentes, principalmente, pelo empenho que o Banco do Brasil demonstrou ter com o nosso setor. Sem dúvida, essa é uma medida fundamental para dar oxigênio aos produtores e ajudar eles a superarem esse momento de dificuldade”.
Desde o primeiro semestre deste ano, quando houve uma forte redução da oferta de milho no mercado interno e a disparada dos preços do grão, o setor suinícola brasileiro já acumula prejuízos que chegam à casa dos R$ 2,4 bilhões. Na semana passada, também como consequência da audiência pública, a cadeia obteve a liberação da importação de milho transgênico dos Estados Unidos, a qual deve ser tida pelos produtores como uma opção viável e possível de abastecimento.
Ademais, além da suspensão dos vencimentos dos custeios e investimentos pecuários para suínos o setor ainda luta pela abertura de uma linha de crédito emergencial para recomposição do capital de giro; a recomposição dos estoques públicos de grãos; a aprovação do projeto de lei Nº 5449/2016, que prevê a subvenção econômica a produtores; a inclusão de uma linha de crédito específica para retenção de matrizes no Plano Agrícola Pecuário; e a disponibilidade de linhas de crédito para modernização da atividade.