Suíno Vivo: Preços não evoluem na semana, apesar da expectativa de altas para a quinzena

Publicado em 07/10/2016 18:20

As cotações para o suíno vivo encerram a semana praticamente estáveis nas principais praças de comercialização. Apesar da expectativa de alta de preços na primeira quinzena do mês de outubro, o mercado ainda não registrou reação devido a demanda enfraquecida no cenário doméstico. Nas exportações, os dados seguem positivos e em níveis elevados.

Segundo analista da Safras & Mercado, Allan Maia, o mercado teve semana de negócios lentos e poucas mudanças de preços. Com isso, os custos de produção seguem como preocupação ao setor, que enfrenta cotações elevadas para o milho. "Reajustes são importantes para amenizar esta situação, até mesmo pelo fato da oferta do milho estar mais restrita nessa semana, com os preços começando a subir em algumas regiões do país", alerta.

O analista também aponta que frigoríficos têm relatado demanda enfraquecida, abaixo das expectativas para o início do mês – quando o consumo é maior pelo período de recebimento de salários. O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) explica em seu boletim semanal que apesar desta lentidão há a expectativa de melhora ainda na primeira quinzena de outubro.

O presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, coloca que as dificuldades econômicas do país continuam interferindo na demanda por carnes, impedindo a reação de preços. Historicamente, setembro é o mês em que começa a ser registrado movimento de alta, devido as compras para as festas de final do ano – cenário que não foi observado até o momento.

O analista de mercado, Fabiano Coser, aponta que nem o desempenho externo e o período do ano têm trazido fôlego ao mercado. “Nem mesmo a proximidade do final de ano, época tradicional de aumento do consumo de carne suína que consequentemente faz com que as indústrias comecem a estocar o produto no último trimestre de cada ano, aliado ao recorde das exportações no mês de setembro foram suficientes para alavancar as cotações do animal vivo”, explica.

Preços

O levantamento semanal de preços realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que apenas no Paraná houve mudanças nas cotações. Na praça, a referência cedeu 1,55% e passa a valer R$ 3,81/kg. Nas demais regiões houve manutenção de preços já no início da semana.

Em São Paulo, a bolsa de suínos do estado manteve a referência de negócios entre R$ 77 e R$ 79/@ – equivalente a R$ 4,10 e R$ 4,21/kg. Já em Santa Catarina, a cotação foi mantida em R$ 3,90/kg, após registrar alta de R$ 0,10 na última semana. No Rio Grande do Sul, a pesquisa semanal da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) fechou com estabilidade, em R$ 3,92/kg no valor pago aos independentes.

Importação

Para os custos de produção, a decisão da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) deve trazer alívio ao setor, com a liberação da importação de milho transgênico dos Estados Unidos. A situação era esperada pelo setor de proteína animal que enfrenta o problema de escassez e preços altos do cereal no mercado doméstico.

Até então, apenas uma variedade havia sido liberada, o que impediria a compra, visto que não havia a possibilidade de separar os carregamentos. O presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Francisco Turra, disse em entrevista à Reuters que a expectativa é que com a autorização o setor possa ser abastecido até a entrada da safra de verão.

 "Não significa que vamos importar quantidades que comprometam (a demanda da) próxima safra (do Brasil). Vai compatibilizar custos, vamos ter garantia de exercer nossa atividade", disse Turra à Reuters.

Veja também:

» Cadeia de aves e suínos vê cenário positivo para o abastecimento de milho nos próximos meses

» Aprovação de novas variedades de milho na CTNBio deve reequilibrar mercado, afirma ABPA

» CTNBio concede prazo de 30 dias para recurso contra aprovação de milho transgênico dos EUA

Exportações

Para os embarques, setembro registrou dados positivos para carne suína in natura, segundo aponta o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em 21 dias úteis foram exportados 63,0 mil toneladas.

Com média diária de 3 mil toneladas, houve incremento de 20% em relação ao desempenho do mês passado e 39,6% na comparação com o ano passado. Em receita, os dados apontam para US$ 153,7 milhões, com o valor por tonelada em US$ 2.439,0.

» Acesse as cotações na íntegra para o suíno vivo

 

Por: Sandy Quintans
Fonte: Notícias Agrícolas

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