Fechamento da bolsa de suínos de Santa Catarina passa a ser na segunda-feira
O fechamento da bolsa de suínos de Santa Catarina que antes ocorria na sexta-feira agora será feito na segunda-feira. A alteração foi comunicada pelo presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, na manhã desta terça-feira (13). Segundo ele, no início da semana começam os maiores contatos para a compra de suínos vivos, facilitando a previsão de valores. “Os preços devem ser lançados no portal da ACCS às 14h. Com essa medida vamos estar mais firmes no mercado”, analisa.
Losivanio cita que Minas Gerais e São Paulo conseguiram melhorar a referência de preço para os produtores com a mudança no fechamento da bolsa de suínos de quinta para segunda-feira.
Análise de mercado
A semana começou com queda de R$ 0,25 no quilo do suíno no mercado independente, passando de R$ 4,05 para R$ 3,80. “Isso mostra que o consumo interno ainda não melhorou, fazendo com que os preços permaneçam retraídos”, relata Losivanio.
Apesar do bom momento vivenciado pelas agroindústrias com as exportações, os ganhos não são repassados aos suinocultores. De janeiro a agosto, o Brasil exportou 120.343 toneladas a mais em relação ao mesmo período de 2015. Em dólares, o aumento foi de 8% por tonelada. Quando convertida a moeda americana para real, o ganho das indústrias passou dos 26%. “Não tem como admitir que não haja um repasse aos nossos produtores, que ainda estão recebendo R$ 3 (na integração), valor que não cobre os custos de produção”, contesta o presidente da ACCS.
Entre os meses de janeiro a agosto de 2016 Santa Catarina registrou o acréscimo de 52.117 toneladas no volume de exportação, o que representa um aumento de 48% em relação ao mesmo período do ano passado. O aumento em dólar chegou a 14,32% e quando convertido em reais/tonelada, a ampliação foi de 34%. De janeiro a agosto Santa Catarina já exportou 61 mil toneladas de carne suína para a China, o que significa 4.500% a mais em relação ao mesmo período de 2015.
Mesmo com o mercado promissor da carne suína catarinense, Losivanio enfatiza que faltam incentivos para que os produtores se mantenham na atividade com custo justo para produzir e margem de lucro. “Recebemos inúmeras reclamações via telefone, e-mail e demais meios de comunicação dos produtores que estão insatisfeitos com a remuneração paga pelas agroindústrias. Hoje eles não conseguem investir nas melhorias necessárias nas propriedades e que são exigidas pelas próprias agroindústrias. Pedimos, encarecidamente, que as empresas olhem para os nossos suinocultores, pois as propriedades estão sucateadas e os profissionais desanimados com a atividade”.
Apesar do anúncio de abertura de novos mercados, como a Coreia do Sul, Losivanio reitera que os produtores devem manter a estabilidade do plantel. “Vamos crescer apenas com garantia. Os suinocultores também precisam participar mais das discussões, sejam elas nas associações, sindicatos e federações e contribuir para que possamos resgatar a rentabilidade e qualidade de vida no campo. Somos a favor também do crescimento das agroindústrias, mas precisamos de melhores ganhos para manter a sucessão familiar e a excelência na produção de proteína animal”.