Suíno Vivo: Mercado tem mais uma semana de pressão de preços em grande parte das praças de comercialização
O mercado de suíno vivo teve mais uma semana de pressão, apesar de ser o período do mês em que a demanda está mais aquecida. Nesta sexta-feira (08), uma nova baixa de preços foi registrada, em Santa Catarina. A bolsa de suínos definiu referência em R$ 3,10 pelo quilo do vivo, em que o valor anterior estava em R$ 4,00/kg.
Esta não foi a única queda registrada na semana. A pesquisa de preços realizada pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que quase todas as praças de comercialização tiveram queda de preços. Apenas em Santa Catarina, o decréscimo foi de 22,50%.
Em São Paulo, a bolsa de suínos iniciou a semana sem referência de preços. Porém, os negócios estiveram entre R$ 65 a R$ 68/@ – o mesmo que R$ 3,47/kg a R$ 3,63/kg. Segundo o presidente da APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos), Valdomiro Ferreira, devido ao desequilíbrio nos últimos dias não foi possível chegar a um resultado.
“Não conseguimos chegar a um consenso de referência. Há uma distorção de preços tanto do animal vivo quanto do abate e isso fez com que não houvesse uma equação”, conta Ferreira Júnior.
Segundo informações da ASEMG (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais), a reunião da bolsa de suínos definiu preços em R$ 4,50 pelo quilo do vivo, que tem validade até a próxima segunda-feira. O valor está R$ 0,10 abaixo a referência anterior. “Em Minas o mercado está controlado, equilibrado, mas o que está havendo é uma super oferta do Mato Grosso e do Paraná”, explica o presidente da Associação, Antônio Ferraz.
Já a pesquisa semana realizada pela ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul), a média de preços paga para suinocultores independentes caiu para R$ 3,54 pelo quilo do vivo. Na definição anterior, o valor estava em R$ 3,61/kg. Aos integrados, a média segue em R$ 2,85/kg. Por outro lado, preços pagos por insumos –como milho e farelo de soja– tiveram ligeiro recuo, embora ainda estejam em patamares elevados em comparação a outros anos.
Para a saca de 60 quilos do cereal, a média fechou em R$ 47,40. Já a tonelada do farelo de soja é cotada em média em R$ 1.485,00.
O analista da Safras & Mercado, Allan Maia, explica que o excedente na oferta de animais foi responsável pelo pressão de preços na semana. Além disto, a demanda enfraquecida no período também.
“Há quem aposte em uma recuperação dos preços, por conta do recebimento de salários por parte da população e também diante dos elevados custos de produção, mas esta tendência não é consensual em toda a cadeia”, explica.
O Cepea (Centro de Estudos Avançados e Economia Aplicada) aponta que nesta primeira semana de julho, as cotações têm registrado queda devido a demanda retraída.
“Pesquisadores do Cepea indicam que a pressão vem, principalmente, da fraca demanda doméstica pela proteína nas pontas finais da cadeia, uma vez que a oferta de animais terminados nas granjas está restrita e a demanda externa, aquecida”, explica o boletim.
O analista de mercado, Fabiano Coser, explica que nem mesmo o desempenho positivo das exportações tem sido suficiente para segurar os preços no mercado interno. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) aponta que em junho, as exportações chegaram a 53,3 mil toneladas e média diária de 2,4 mil toneladas.
Na comparação anual, os embarques registraram crescimento de 25,4%. Por outro lado, em relação ao volume diário de maio, há um decréscimo de 7,8%. Em receita, a soma é de US$ 113,0 milhões, em que o valor por tonelada ficou em US$ 2.118,8. Na comparação com o mesmo período de 2015 houve baixa de 2,3%, enquanto que com relação a maio a queda foi de 4,9%.