Frango Vivo: Depois sucessivas altas, última semana do mês encerra negativa em Minas Gerais
A semana encerra negativa para o frango vivo, após iniciar o mês com valorizações expressivas em grande parte das praças de comercialização. Nesta sexta-feira (01), as cotações registraram estabilidade, com São Paulo mantendo a referência de negócios em R$ 2,95/kg, assim como Minas Gerais.
Na semana, as cotações para o vivo perderam a força, segundo explica o Cepea (Centro de Estudos Avançados e Economia Aplicada). Apesar disto, o saldo de junho pode ser considerado positivo, pois as baixas registradas não foram expressivas, com o avanço de preços ligado a redução na oferta de animais e o repasse nos custos de produção.
“Ainda que os preços do animal vivo e da carne tenham se estabilizado e até mesmo caído em algumas regiões nesta última semana de junho, o mercado avícola encerra o mês marcado por altas expressivas em muitas praças acompanhadas pelo Cepea”, explicam os pesquisadores do Centro.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, a valorização do vivo registrada em São Paulo no mês é de 18,0%. Com isso, a carne de frango perdeu competitividade diante da bovina, em 12,5% em relação ao mês anterior.
Apesar das últimas recuperações, o cenário ainda é preocupante em relação aos custos de produção. Para o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, após as altas registradas para o milho nos últimos meses, ainda há a apreensão com o aumento do farelo de soja.
“Outro fator de preocupação para a segunda metade do ano é o fortalecimento do real frente a outras moedas, o que deixa o frango nacional menos competitivo no mercado internacional”, sinaliza.
Enquanto isto, o mercado espera que as cotações do cereal comecem a recuar, com o avanço da colheita da segunda safra. O boletim do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) desta semana aponta que na região de Campinas (SP) as cotações chegaram a cair 15% na última semana.
Apesar disto, o recuo de preços deve ser limitado. O Centro também explica que com as dificuldades climáticas registradas nas regiões produtoras, o rendimento da safra deve ser menor, o que manterá a oferta restrita do cereal. “A estiagem em abril foi um dos principais fatores para a quebra produtiva do milho, segundo levantamento do Cepea – em algumas praças, agricultores indicam que ficaram até 30 dias consecutivos sem chuvas”, explicam os pesquisadores.
Em relação a preços, o levantamento semanal realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que apenas em Minas Gerais houve reajuste na semana. Na praça, as cotações cederam 1,67%. Veja no gráfico:
Exportações
No cenário externo, os embarques encerraram o mês com alta para a carne de frango in natura, segundo divulgação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em 22 dias úteis, foram exportados 385,7 mil toneladas, com volume diário de 17,5 mil toneladas.
Os dados apontam para um crescimento de 4,0% em relação aos dados de maio, quando foram embarcados 353,9 mil toneladas. Por outro lado, houve redução de 0,9% em comparação com junho de 2015.
Em receita, os dados apontam para US$ 605,6 milhões, sendo o valor por tonelada em US$ 1.570,2. Também houve crescimento em relação a maio (de 9,0%) e recuo em comparação com mesmo período do ano passado – queda de 8,8%.