Suíno Vivo: Mercado desacelera e encerra semana com queda de preços no Rio Grande do Sul
As cotações para o suíno vivo encerraram estáveis nesta sexta-feira (24). Após as altas nas últimas semanas, as cotações se acomodaram recentemente, devido ao período de menor consumo durante a segunda quinzena do mês.
O levantamento semanal de preços realizado pelo Notícias Agrícolas aponta que apenas no Rio Grande do Sul houve reajuste na semana, caindo 2,11%. A pesquisa semanal realizada pela ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) divulgada no início da semana apontou que a cotação média paga aos suinocultores independentes teve baixa, passando de R$ 3,79/kg para R$ 3,71/kg. Para os produtores integrados, os preços ficaram estáveis em R$ 2,85/kg.
Já os preços médios para a saca de milho no estado voltaram a subir, passando de R$ 50,00 para R$ 52,66. Por outro lado, a tonelada de farelo de soja recuou, fechando a média em R$ 1.595,00 ante R$ 1.645,00 na pesquisa anterior.
Em São Paulo, a bolsa de suínos definiu negócios entre R$ 80 a R$ 82/@ – o mesmo que R$ 4,27 a R$ 4,37/kg – no início da semana. Porém já vem registrando vendas entre R$ 75,00 a R$ 77,00/@ nos últimos dias. Já para negócios acima de 100 animais, as negociações surgem acima do valor de referência, em R$ 83/@, segundo informações da APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos).
O presidente da APCS, Valdomiro Ferreira, explica que diante do cenário político e econômico, a demanda está retraída. Com isso, a procura pela proteína só se mantém aquecida no início do mês, quando há recebimento dos salários.
Em Minas Gerais, as cotações também fecharam estáveis para a semana, em R$ 4,60 pelo quilo do vivo. O atual preço vale também para Goiás e deve seguir até a próxima segunda-feira (27), quando uma nova reunião deve ocorrer.
O analista da Safras & Mercado, Allan Maia explica que a intensidade de altas diminuiu devido ao período do mês, quando o consumo é menor. Porém, os altos custos de produção trazem a necessidade de novos aumentos, com muitas praças de comercialização trabalhando no vermelho.
Por outro lado, apesar de ainda trabalhar com margens negativas, o poder de compra frente ao milho dos suinocultores paulistas melhorou no último mês. O boletim do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) aponta que subiu 20%, após as altas para o animal vivo e também o recuo nas cotações do cereal, devido ao avanço da colheita da segunda safra.
“Na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), o poder de compra do suinocultor independente aumentou 20,2% no correr deste mês frente ao milho e 6,5% em relação ao farelo”, explica o Centro.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o pesquisador do Cepea, Lucílio Alves, explica que na última semana as cotações chegaram a recuar em até R$ 10/sc em algumas regiões. “Há uma expectativa de que ao longo da semana, se não chover, a colheita avance rapidamente aumentando a disponibilidade interna", explica Alves.
» Assista a entrevista na íntegra com o pesquisador do Cepea, Lucílio Alves
Exportações
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou no início da semana dados parciais de embarques do mês de junho para carne suína in natura. Em 13 dias úteis, foram exportados 33,9 mil toneladas, com uma média diária de 2,6 mil toneladas.
Em comparação com a média de maio, os embarques registram um recuo de 0,9%, enquanto que em relação a junho de 2015 há um crescimento de 34,9%. Já em receita, a soma de US$ 71,6 milhões, com o valor por tonelada em US$ 2.113,3.