Cenário externo deve impulsionar mercado brasileiro de frangos e suínos em 2016, de acordo com Rabobank
O mercado internacional deve ser o maior triunfo para as carnes de frangos e suínos em 2016, de acordo com relatório divulgado pelo Rabobank com perspectivas para o agronegócio brasileiro em 2016. De acordo com analistas do banco, a abertura de novos mercados e o controle sanitário, aliados com a desvalorização do real frente ao dólar, trazem boas perspectivas para exportações.
Para o mercado de aves, o Rabobank aponta que a gripe aviária deve continuar refletindo em 2016. Segundo o banco, o Brasil deve se consolidar como maior exportador da carne de frango para China, como uma consequência dos embargos aos Estados Unidos - após os diversos casos de influenza aviária registrados no ano passado. Apesar disto, há uma expectativa de recuperação para os embarques americanos, mas ainda estão em risco.
Uma das razões para o bom desempenho do Brasil no cenário internacional, é que não foram registrados casos de gripe aviária na América do Sul. A desvalorização do real também torna os preços mais competitivos, tornando o cenário ainda mais promissor para a proteína brasileira. "Contudo, a gestão de risco relacionado à moeda americana parece ser um fator crítico de sucesso em um ano de alta volatilidade esperada no câmbio", explicam os analistas.
No cenário doméstico, as perspectivas são de que a oferta de bovinos deve continuar baixa neste primeiro semestre, que pode contribuir para o um aumento do consumo da carne de frango em até 2%. Segundo o relatório, a maior procura também é consequências das dificuldades econômicas do país, que buscam proteínas mais baratas.
Os custos de produção também devem continuar subindo em 2016, influenciado pelas altas do milho e farelo de soja. "Logo, a formação de preços no mercado interno ficará, mais uma vez, dependente da consolidação de um bom desempenho para as exportações", aponta o relatório.
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Suínos
Para o mercado de suínos, o Rabobank analisa que em 2016 o bom desempenho do setor é dependente do cenário externo. O cenário é promissor para a proteína com a abertura de novos mercados, manutenção do controle sanitário e a desvalorização cambial. Além disto, as exportações para China devem crescer neste ano, após a produção de suínos do país asiático apresentar redução de 1% em 2015 e apresentar expectativas de estagnação para 2016.
Por outro lado, os Estados Unidos tiveram uma recuperação dos problemas graves enfrentados com o vírus PED em 2014, que indicam que suas exportações podem crescer neste ano. Já para a Rússia, os analistas acreditam que o embargo aos países europeus e Estados Unidos deve permanecer até, pelo menos, julho de 2016.
No cenário doméstico, o alto preço da carne bovina deve continuar favorecendo o consumo de proteínas mais baratas, como a de carne suína. Com isso, a relação de troca com a carne bovina aumentou, em que para cada 1,4 kg de carcaça suína é possível adquirir 1 kg de carcaça bovina.
O relatório também aponta que diante das boas perspectivas para o cenário externo, a produção brasileira deve apresentar crescimento acima de 2% neste ano. "Esse volume deve ser suficiente para atender o crescimento das exportações, o que deve limitar um cenário de preços mais elevados", explica o Rabobank.
Os pontos negativos para o setor ficam com o aumento dos custos de produção, elevados pela alta do milho e farelo de soja. Também chamam a atenção para a concentração de vendas para poucos países, incluindo alguns instáveis, como a Rússia.
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