Publicado novo zoneamento agrícola do gergelim
Foram publicadas nesta quinta-feira (25), no Diário Oficial da União, as portarias que tratam do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) da cultura do gergelim. Este é o primeiro zoneamento para a cultura que considera riscos climáticos de 20%, 30% e 40% e não somente de 20%, como era feito anteriormente. Outra novidade é que foram acrescentados três novos níveis de água disponível (AD) de solos no zoneamento da cultura, podendo-se dizer que, passou de três para seis tipos de solo. As mudanças permitirão uma ampliação das áreas com risco climático avaliado para o cultivo do gergelim.
O Zarc é um estudo agrometeorológico que tem como objetivo reduzir os riscos relacionados aos fenômenos climáticos, que podem causar perdas significativas na produção agropecuária. O zoneamento indica a melhor época ou janela de plantio das culturas nos diferentes tipos de solo e diferentes cultivares. O estudo é utilizado por instituições financeiras para avaliação de crédito e seguro rural, uma vez que traz informações sobre as chances de sucesso de cada lavoura dependendo do local e da época em que for plantada.
Desenvolvida pela Embrapa em 1996, a ferramenta também embasa políticas públicas de desenvolvimento agrícola. Os resultados do estudo mostram em quais municípios (onde) é possível produzir dentro dos níveis de risco aceitos (20, 30 e 40%).
O novo Zarc Gergelim inova também em abranger apenas dois grupos/ciclos médios produtivos – precoce e médio (100 e 125 dias).
Pela primeira vez, o estudo também leva em consideração riscos associados às fases de maturação das cápsulas de gergelim para que este não ocorra no período com muita chuva, o que pode provocar a oxidação e consequente escurecimento das sementes, e perda da qualidade da produção. Especialmente nas regiões onde o período chuvoso é mais longo, como em municípios do Cerrado brasileiro, região responsável pela atual expansão da cultura no País. Para o Sul do Brasil, algumas regiões e épocas também apresentam riscos de ocorrência de geadas.
“Condições muito frias, abaixo da temperatura basal da cultura (para o gergelim é de 10 oC) para uma determinada cultura podem ocorrer em regiões ou em uma época específica do ano, de forma que inviabilizam um crescimento e desenvolvimento satisfatórios. Nestes casos, mesmo sem a ocorrência de um evento adverso típico, que seria contabilizado na estimativa de risco, essas situações são caracterizadas como condição térmica insuficiente e que também inviabilizam a cultura”, afirma o pesquisador da Embrapa Algodão, José Rodrigues Pereira, líder da equipe que avaliou a cultura do gergelim no âmbito da rede de pesquisa ZARC-Embrapa.
A ferramenta Zarc
Os resultados do estudo de Zarc são publicados em portarias pelo Ministério da Agricultura e Pecuária para cada estado brasileiro. Dessa forma, os resultados da avaliação auxiliam na gestão de riscos climáticos da cultura do gergelim.
O zoneamento é utilizado como informação básica de orientação em alguns programas de política agrícola, como o Proagro, que funciona como uma espécie de seguro agrícola; o Proagro Mais (modalidade destinada aos agricultores inscritos no Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar – Pronaf); e o Programa de Subvenção Federal ao Seguro Rural Privado (PSR), que utilizam as indicações de zoneamento para estabelecimento de condições de contrato.
Aplicativo ZARC – Plantio Certo
Para auxiliar os produtores na gestão de riscos e ao planejamento da produção, os resultados do Zarc podem ser consultados no aplicativo ZARC – Plantio Certo, disponível de forma gratuita para sistemas operacionais Android (Google) e iOS (Apple). A ferramenta disponibiliza informações oficiais do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), numa interface de fácil compreensão. A consulta ao Zarc - Plantio Certo permite que o usuário receba a indicação das diferentes níveis de riscos de perdas por eventos meteorológicos adversos, atrelados às suas respectivas épocas de plantio, abrangendo 43 culturas e todos os municípios do território nacional.