Ibrafe: Custos com a safra de feijão irrigado teve um aumento de 62%
Produtores seguem resistindo, em alguns casos, em diferenças consideradas pequenas, pois, em alguns casos, ontem os negócios não foram fechados por uma diferença de R$ 10 por saca. Conversando com um produtor irrigante, ele esclarecia que os custos deste ano, em comparação com o ano passado, subiram de R$ 8.000 para R$ 13.000, o que daria algo ao redor de 62%. Portanto, vender o Feijão-carioca por R$ 340 em Minas Gerais não reflete toda diferença do aumento de custos. Em dólares, isso equivale a 32% de aumento. A média do mês de julho do ano passado foi de US$ 49,83 e este ano, ontem, equivaleu a US$ 65,38. O que pesa contra a indiscutível matemática é a economia, o ambiente em geral, para falar em aumento de preço. Há marcas preferindo trabalhar Feijões comerciais a corrigir o preço. Por isso, começa a faltar Feijão 7/7,5. Não podemos esquecer dos aumentos de preço no restante da cadeia produtiva porteira afora. Os empacotadores relatam também que as embalagens subiram muito e os fretes estão trazendo forte impacto. Será que trabalhar melhor a opinião pública pode ajudar? Falta explicar melhor o que acontece. Faremos nossa parte. Vamos encaixar, nas próximas semanas, postagens explicando ao consumidor quanto subiu e o que subiu. É uma gota no oceano, mas poderá ser utilizado até mesmo como argumento de negociação quando frente a frente com o comprador do varejo. Mas de quem é culpa que subiu? Se a inflação é mundial, certamente os componentes de aumento não estão restritos às nossas fronteiras. Não depende do governo que enfrenta como pode as pressões inflacionárias, reduzindo ICMS na marra, antes tarde do que nunca e fazendo chegar fertilizantes à custa da imagem internacional do Brasil ao negociar com Irã e Rússia. Na verdade, em ano eleitoral, seria normal maiores mágicas não fosse todo contexto econômico mundial com as complicações que já conhecemos.