Feijão, por Ibrafe: Olha a novidade, a CONAB se enganou, de novo...
Foi muito boa a demanda ontem, em plena segunda-feira. Com os preços com viés de alta, desde os Feijões de aparência nota 7/8 subindo de R$ 255 para R$ 265, até os Feijões extras se mantendo já mais próximos de R$ 310, FOB livre para o produtor. O Feijão Nuance, plantado com manejo diferenciado ultra, passou os R$ 450, FOB Noroeste de Minas Gerais.
Ontem (segunda-feira, 8) um empacotador com atuação na Região Sul comentava sua preocupação: “Nós mal começamos fevereiro e nunca vi o mercado tão desafiador. Sempre ouvi, em momentos de diminuição de oferta, que aqui e ali tinha bom volume estocado. Desta vez, com os empacotadores que converso, parece que boa parte deles não tem noção de como este momento é peculiar. É hora de procurar aguentar a pressão do varejo e deixar que escoem os Feijões das marcas que são mais suscetíveis à pressão.”
Resumo da ópera: ele nunca viu em um mês de fevereiro com tão pouca oferta. No dia 26 de agosto de 2020, no comentário intitulado “Conab confirma: Feijão-carioca está 55% mais caro do que no ano passado”, aqui no Boletim Só Feijão, alertamos a todos mais com interesse que os produtores reagissem e plantassem bem, uma vez que estávamos em plena safra irrigada e os preços estavam muito acima do valor de um ano atrás, ou seja, em 2019.
No dia 18 de dezembro, alertamos que “o normal seria o cobertor ficar curto mais tarde, no final de fevereiro e em março. No entanto fique de olho, pois não há experiência de ninguém numa primeira safra tão pequena.” Naquele momento ainda não havia quebra de safra configurada pela estiagem que continuou para, de um momento para outro, se transformar em excesso de chuva durante janeiro, varrendo mais milhares de toneladas da Região Sul. Quem defendeu os números da CONAB no último trimestre de 2020 mais uma vez está procurando o caminhão de mudança do qual caiu.