Feijão, por Ibrafe: Rastreabilidade - quem paga a conta?

Publicado em 29/01/2021 08:30

Há produtores que estão irados com a situação atual: cargas de Feijão sendo devolvidas por resíduos excessivos de defensivos. Testes rápidos têm permitido que, antes de descarregar o produto, se tenha um resultado prévio e o empacotador não pode descarregar. Porém é necessário que todos saibam que neste sentido o setor está em rápida mudança. Não haverá o Feijão que vai para família do produtor e outro que vai para o consumidor, comentário que se ouve em algumas regiões de produção. Existe análise agora suficiente para dizer que não é exceção.

Há um número preocupante de produtores que não se importa em entregar algo que não consumiria. Se há quem fura fila da vacina, superfatura respiradores, certamente não devemos estranhar que existam produtores sem consciência. O Ministério da Agricultura tem lavrado multas contra os empacotadores e, repito, que chegam a R$ 490.000 por uma carreta. Qual a razão de ser tão alta a multa? Certamente não é em busca de gerar receita a partir de multas, mas para que se pare com o uso inadequado de defensivos.

As empresas de defensivos estão preocupadas e sabem que podem ser corresponsáveis pelo mau uso. Farão a parte que lhes cabe em comunicar ao produtor a necessidade de cuidar do manejo. Para não prejudicar produtores que agem corretamente é que precisamos iniciar a rastreabilidade. Já estamos, na verdade, atrasado a esse respeito. Os procedimentos vão ser adaptados, mas certamente o Feijão rastreado valerá mais do que o que não se sabe se tem ou não resíduos, por exemplo.

É problemático em um ano que enfrentaremos dificuldades de abastecimento termos que abordar este tipo de desafio para a cadeia produtiva. Mas a verdade é que os produtores não produzirão Feijão rastreado se não houver compensação financeira. Os empacotadores não se preocuparão de segregar os lotes se não houver quem pague por isso. Por esta razão, há um movimento para que se comunique ao consumidor a direção entre um Feijão que custa, por exemplo, R$ 8 e o que custa R$ 9,60. Haverá quem pague por Feijão rastreado, ou melhor, haverá quem pague para não consumir o que não tem segurança.

Não depende mais de gostar da ideia ou não, mas absolutamente se trata de se adequar logo ou correr atrás do prejuízo. Voltando ao mercado de Feijões, o volume de negócios aumentou bastante ontem, a ponto de, no final da tarde, terem sido reportados negócios de Feijão-carioca em Goiás por até R$ 300, com ICMS incluso. Havia, durante a tarde, vários compradores ofertando R$ 280 por Feijão que na segunda-feira não encontrava compradores por R$ 250. O Feijão-rajado chegou a ser vendido, o Nuance, por até R$ 370. Compradores estão dispostos a pagar até R$ 320/330 por Feijão-preto, contudo não está fácil de achar vendedores.

Fonte: Ibrafe

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