Feijão, por Ibrafe: Empacotadores prensados entre produtores e consumidores

Publicado em 08/12/2020 09:49

O mercado de Feijão-carioca trabalha como se fosse um "andar de bicicleta" que, se parar, cai. A realidade não é esta. Se a demanda para, nem sempre o preço tem que recuar. Sabemos que não está fácil repassar os novos valores para a gôndola. Há um processo de assimilação e, finalmente, de aceitação dos valores mais altos. O empacotador segue prensado entre o produtor e o supermercado.

Sabemos que a pior coisa que pode acontecer para a indústria é o sobe e desce. Ora, se não tem comprador, os produtores e os cerealistas que trabalham vendendo no interior do Brasil não vendem. Sobretudo agora, com a oferta curta que temos. Assim como ocorre com Feijões que não olham para o Brás, em São Paulo, para serem vendidos. No Feijão-carioca vê-se que ainda existem aqueles que defendem a manipulação efetuada a partir de lá, do Brás. E acabam por causar prejuízo aos produtores e aos empacotadores.

Será que os poucos que venderam ontem não têm sido manipulados? Talvez. Alegar que alguém tem que vender abaixo do mercado para abastecer o consumidor é balela. Quando alguém vende em momentos de instabilidade, como agora, a maior parte não vai para a mão do empacotador. Vai para alguém que está de olho no mercado e pensa que foi uma boa hora de pegar uma pechincha. Muitas vezes até são aqueles mesmos que defendem com unhas e dentes que a referência de preço tem que ser o valor dos pingados vendidos lá em São Paulo. Cerealista, corretor ou produtor: defenda o setor. Busque irradiar as informações corretas.

Quando não se está todo tempo acompanhando o mercado, é fácil ser vítima de manipulação. Se alguém perde uma boa oportunidade de vender melhor, você não ganha com isso. Todos são afetados pela menor oferta e, consequente, pelo menor consumo. Estamos, por forças de circunstâncias, maltratando nosso consumidor, não devemos seguir cada um por si no Feijão. Todos nós evoluímos muito por colaborar nos últimos anos relatando a área plantada e os valores de compra e venda.

Fonte: Ibrafe

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