Safra confirma redução do milho e feijão e expansão da área de soja em SC

Publicado em 05/02/2018 07:20
O feijão reduziu de 5,5 mil hectares para 4,5 mil nesta safra

A produção de soja vem ganhando espaço em Santa Catarina e ocupando as áreas antes destinadas ao plantio de milho, pastagens e fruticultura. A área plantada no estado já é 7,3% maior nesta safra, chegando a 705,9 mil hectares. E a produção deve girar em torno de 2,5 milhão de toneladas.

Em Campos Novos a área plantada passou de 60,5 mil hectares na safra passada para 63 mil hectares nesta safra. Já a área de milho diminuiu de 9 mil hectares para 7,5 mil na safra 2017/2018. O feijão reduziu de 5,5 mil hectares para 4,5 mil nesta safra.

Controle de pragas e doenças na soja

O engenheiro agrônomo da Copercampos, Marcelo Capelari, informa que para a cultura de soja, em que na maioria das áreas plantadas está em fase de florescimento ou enchimento de grãos, a precipitação em janeiro contribuiu. Apenas uma pequena área ainda está em desenvolvimento vegetativo. A preocupação fica por conta das doenças, como a ferrugem da soja, porém, na área de abrangência da Copercampos o tratamento preventivo foi feito.

“Esse período de chuva colaborou exatamente para uma maior quantidade de vagem e o desenvolvimento da cultura da soja em relação ao florescimento e enchimento de grãos está muito bom. Com relação a pragas e doenças verificamos que no estado de Santa Catarina já temos a presença de ferrugem. Acreditamos também que na nossa região já deva ter ferrugem, mas a maioria dos nossos produtores faz tratamento preventivo e por isso a gente não encontra com facilidade. A tendência é que se o produtor mantiver este tratamento preventivo, se houver ocorrência de ferrugem será de pequeno dano econômico”.

Relatos de produtores da presença da ferrugem da soja ainda não chegaram ao Departamento Técnico da Copercampos, que sempre preconiza pelo tratamento preventivo, mas a tendência é que haja a presença da doença em algumas áreas. A ferrugem é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e seu principal dano é a desfolha precoce, impedindo a completa formação dos grãos, com consequente redução da produtividade.

Em relação ao mofo branco, já há registros de instalação da doença em algumas áreas de soja devido às condições climáticas, afirmou o engenheiro agrônomo. “A Sclerotinia, que é o mofo branco, hoje está se instalando nas lavouras devido às condições climáticas. É uma doença que fica no solo e de acordo com o clima vai evoluir mais ou menos. Este ano aqui está bem acentuado. Já estamos fazendo tratamento preventivo e curativo a fim de minimizar perdas na soja. O produtor está em alerta, pois temos mais áreas atingidas do que na safra passada”.

O Mofo Branco é causado por um fungo (S. sclerotiorum) e ataca cerca de 500 espécies. No caso da soja, o Mofo Branco ataca especialmente a haste principal, hastes laterais e as vagens. Se o ataque atingir a haste principal, a morte da planta pode ocorrer rapidamente caso não se faça um manejo preventivo. Os sintomas iniciais causados pelo Mofo Branco na soja são manchas de aspecto encharcado, que podem afetar toda a parte aérea da planta. Em condições de alta umidade, forma-se o micélio branco do fungo sobre o tecido afetado, as lesões se alastram, podendo evoluir até a morte da planta.

Perdas no Milho

A cultura do milho passou por período de forte estiagem em novembro de 2017 e deve registrar perdas expressivas em algumas áreas. “Em setembro alguns produtores já entraram com algumas áreas de plantio e em novembro ocorreu uma forte estiagem. Então temos áreas de milho que terão uma perda de produtividade elevada, numa pequena área, porém significativa. A nossa média no ano passado foi de 200 sacos por hectare e agora estimamos no mínimo 180 sacos por hectare. Isso representa pelo menos 10% de queda na média em Campos Novos, podendo se agravar de acordo com as primeiras colheitas”, informou Capelari, observando que a cultura também registrou problemas de alguns híbridos com pragas.

Nas áreas de feijão embora o excesso de chuva também seja prejudicial, até o momento não há estimativa de perda na produtividade, em função de que a maioria das áreas é plantada no tarde. 

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Fonte: Jornal Celeiro

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