Instituto Goiano de Agricultura abre suas portas ao produtor

Publicado em 30/01/2018 14:17
Feijão é uma das culturas pesquisada pelo instituto

Um encontro de representantes da cadeia produtiva agrícola marcou a inauguração do Instituto Goiano de Agricultura (IGA) na última sexta-feira, dia 26, no município de Montividiu, no Sudoeste goiano. O IGA nasce para suprir uma demanda dos agricultores acerca de pesquisas de validação e transferência de tecnologia, oferecendo suporte na hora da escolha de cultivares e planos de manejo mais adequados à realidade goiana. O foco inicial são as culturas de algodão, soja, milho e feijão. Na oportunidade, os participantes também puderam conferir o andamento de algumas pesquisas durante o 1º tour da soja realizado no local.

Com 242 hectares, a Fazenda Rancho Velho é a sede do IGA, e oferece toda estrutura para a realização de pesquisas e testes voltados a validar tecnologias oferecidas pelo mercado. O Instituto IGA visa ainda captar incentivos e linhas especiais de crédito para o desenvolvimento de suas atividades, além de treinamentos, capacitação técnica e serviços de certificação de produtores agrícolas, gestão e execução de tarefas em programas fitossanitários próprios ou em parcerias com instituições públicas e privadas. Caberá ainda ao IGA realizar a experimentação de produtos agrícolas e contribuir para o desenvolvimento de ensaios de pesquisa.

Para o presidente do IGA e da Associação Goiana de Produtores de Algodão, Carlos Alberto Moresco, o Instituto chega em um importante momento para o agronegócio e servirá para levar conhecimento científico de forma sintetizada ao produtor. “Se olharmos para trás, a agricultura deu um salto enorme em produtividade. Vamos dar outro salto tecnológico, para produzir mais com menos recursos”, diz. Para Carlos Moresco, a escolha de uma fazenda no município de Montividiu foi estratégica porque a região possibilita duas safras e está perto do maior polo produtor de algodão de Goiás.

 Histórico

O IGA foi idealizado em 2013, e o primeiro passo foi a compra da Fazenda Rancho Velho, em 2014. Os estudos para se criar a estrutura e definir os objetivos foram desenvolvidos em 2015 e 2016. As obras iniciaram em janeiro de 2017 e, no dia 4 de agosto, o Instituto foi oficialmente criado. Ao todo, são 30 milhões de reais investidos no projeto, com recursos do Instituto Brasileiro do Algodão. Para o ex-presidente da Agopa à época da conceitualização do IGA, Luiz Renato Zapparoli, a proposta é proporcionar uma produção cada vez mais rentável e sustentável. “Para o produtor, fica difícil realizar experimentos com metodologia científica, por isso tomamos essa tarefa para nós”, explica.

Presidente do Fundo de Incentivo à Cultura do Algodão (Fialgo), Marcelo Swart participou de todo o processo de criação do IGA e esclarece que esta era uma ambição dos produtores por um instituto de pesquisas que atendesse unicamente aos interesses do setor. “Agora temos estudos de maior confiabilidade. Os resultados vão ajudar o produtor a tomar decisões mais assertivas”, prevê. Para o pesquisador-chefe do IGA, Elio de La Torre, há um modelo de gestão voltado para o desempenho e para a sustentabilidade. “Abarcamos todas as linhas de pesquisa, sejam com pragas, uso de maquinários, cultivares e defensivos. Quem lucra é a sociedade”, resume.Para o diretor executivo da Agopa, Dulcimar Pessatto Filho, o desafio foi sair de um conceito e colocá-lo em prática. “Mantivemos sempre o foco nos objetivos definidos quando a ideia foi concebida”, recorda.

Já para o superintendente executivo para a Agricultura e Pecuária de Goiás, Antônio Flavio de Lima, o momento vivido pela agricultura exige tecnologia e pesquisa aplicada. “Iniciativas como o IGA trazem conforto ao produtor e cria um ambiente que favorece a atividade”, comenta. O presidente da Agrodefesa de Goiás, José Manoel Caixeta, vê nas pesquisas de combate a pragas da lavoura um ponto em comum, já que “ambas as instituições buscam o controle de doenças e pragas. O vazio sanitário é um desses elementos que vêm a somar a outras iniciativas”.

Os chefes gerais da Embrapa Algodão, Sebastião Barbosa, e da Embrapa Arroz e Feijão, Alcido Wander, estiveram na inauguração para saber mais sobre os projetos que o IGA pode desenvolver. Para Sebastião Barbosa, a agricultura sempre precisará de instituições de apoio, e o IGA surge para fazer frente ao desafio de se produzir melhor. Por sua vez, para Alcido Wander, o IGA e a Embrapa se complementam, sobretudo em âmbito regional.

Para o prefeito de Montividiu, Ademir Guerreiro, o município só tem a ganhar com a iniciativa. “Ganhamos em qualidade nos serviços que nossos produtores vão oferecer”, declara. Deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar de Agropecuária, Lissauer Vieira destacou o potencial que o IGA oferece ao setor, ao trazer informações e subsídios que serão utilizados diretamente na lavoura.

O IGA é uma instituição criada por produtores rurais para produtores rurais, proporcionando um diálogo aberto e de reconhecimento dos desafios em comum. 

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Fonte: Grupo Cultivar

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