Produtores do Paraná relatam perdas e cenário de preços já apresenta tendência de alta
Albert Barkema é produtor de feijão em Castro no Paraná há mais de 15 anos. Ele confirmou que a chuva prejudicou muito a produção dele, cerca de 25% da área. A produtividade também despencou, a princípio a previsão era de 2600 quilos de feijão por hectare, porém, com o excesso de chuvas acabou colhendo apenas 1600 quilos. Ele é um dos muitos produtores prejudicados pelas chuvas que ocorreram nas regiões de Castro, Prudentópolis, Ipiranga, Ivaí e Ponta Grossa.
Barkema afirmou que ainda não é hora de vender o feijão. “Os compradores querem que eu venda hoje, mas o preço está muito abaixo do custo de produção. Aqui na região estão pedindo R$ 80,00. Vou esperar mais uns 90 dias para vender” afirmou o produtor.
Para Jackson Luiz de Brito, que trabalha na comercialização de feijão há mais de 40 anos e opera na região de Castro, os preços deste tipo de produto dependem muito da relação oferta e demanda. Ele acredita que até meados de janeiro o cenário de preços no Paraná deve aumentar. “Até agora nós vinhamos trabalhando com sobras de produtos, uma vez que a oferta diminuiu muito no estado. A área plantada já tinha tido uma queda significativa de 20 a 30% e agora ainda tem uma quebra significativa para o mercado. A tendência de alta nos preços é muito forte para os próximos 15 dias”, afirmou Brito.
Para Brito, haverá dois tipos de feijão. “O feijão brotado, ou seja, de qualidade ruim, vai acabar sendo vendido por 40 a 70 reais a saca. Já os feijões de notas 8,5 e 9, os preços devem ter um salto”, explicou o comerciante. Para Brito, outro fator que deve puxar o valor do feijão para cima é a soja, uma vez que a oleaginosa está com preço bom, os produtores podem deixar o feijão de lado e consequentemente com a oferta menor os preços devem subir.