Governo de Minas distribui sementes de feijão e milho em comunidades carentes do Estado
Sob um sol escaldante e com uma paisagem castigada pela seca, a agricultora familiar Joana Ferreira, de 49 anos, mãe de dois filhos, percorreu vários quilômetros para receber, nesta semana, na Associação de Pequenos Produtores e Trabalhadores de Mandacaru, Território Norte, um dos pacotes de sementes que estão sendo distribuídos pelo Governo de Minas Gerais, por meio do projeto Sementes Presentes, sob a coordenação da Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese), em parceria com a Emater e o Idene. Esta ação incentiva o plantio e a venda da produção para as escolas públicas.
Beneficiária do Bolsa Família e com renda mensal inferior a R$ 300, Joana Ferreira, garante a sobrevivência na região com a venda de verduras de porta em porta. “A horta está dando um dinheirinho. Tem cebola, salsa, cebolinha, quiabo e abóbora. Com a compra da nossa produção pelo governo, vai ser um sossego", diz.
“Agora é rezar para a chuva cair e a semente brotar”, completa Maria Ronícia da Silva Santos, outra agricultora que nasceu em Mandacaru, comunidade rural de Montes Claros, que foi contemplada também com sementes de milho do projeto. Beneficiária do Bolsa Família e mãe de três filhos, ela aposta em um aumento da renda com a compra de seus produtos pelo governo. “A produção de milho vai garantir também o alimento para a minha criação de galinhas”, garante.
O Projeto Sementes Presentes é uma das principais ações implantadas pelo governo mineiro para combater a pobreza nas áreas rurais mais carentes do estado – uma determinação do governador Fernando Pimentel. Por meio do projeto, sementes de milho, feijão e sorgo estão sendo distribuídas para 50 mil famílias do campo em 159 municípios, principalmente do semiárido mineiro, com prioridade para as comunidades quilombolas, indígenas e os assentamentos.
Os territórios prioritários para o programa são o Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce. Esses cinco territórios apresentam percentual de população rural acima de 30% e concentram 40,6% das famílias extremamente pobres no estado.
Também nesta semana, na comunidade de Inhaúma, em São João da Lagoa, no Território Norte, Zilca Andrade, outra beneficiada pelo projeto, cultiva cana, milho e hortaliças para consumo e espera agora uma ampliação da renda com a iniciativa do governo. “Só de saber que o governo vai comprar o que a gente produzir dá mais ânimo para plantar mais”, afirma, animada.
Segurança alimentar
Para a diretora regional da Sedese de Montes Claros, Maria da Soledad Queiroz Almeida Carvalho, o projeto Sementes Presentes é necessário para garantir “a segurança alimentar das famílias de agricultores, geração de emprego e renda e inclusão social, principalmente dos trabalhadores em vulnerabilidade social”. Segundo a diretora, as parceiras com outras secretarias de governo e com a Emater facilitaram a implantação do projeto.
No Território Norte estão sendo distribuídas 11 toneladas de sementes para 11 mil famílias, contemplando 49 municípios. Para a assistente social da Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura de Januária, Mariene Mesquita Mota, que acompanhou todo o processo de seleção das famílias, o Sementes Presentes “é uma ação pioneira no Estado, porque identifica as famílias que estão em situação de extrema pobreza”.
Ainda neste ano serão distribuídas mais de 235 toneladas de sementes de milho, feijão e sorgo para quase 25 mil famílias dos territórios do Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce. No início de 2018 serão beneficiadas mais 26 mil famílias com o recebimento de 156 mil saquinhos do kit-horta, sementes de abobrinha, alface, repolho, cenoura, beterraba e quiabo.
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