Custo de produção da cultura do amendoim no município de Jaboticabal (SP)
O amendoim é considerado a segunda leguminosa em importância no mundo. Cultivado, principalmente, como importante fonte de proteína vegetal e de óleo, seus grãos podem apresentar até 50% de lipídeos (Nakagawa & Rosolem, 2011). A China é o principal país produtor de amendoim, representando 43% da produção mundial, estimada em 34,7 milhões de toneladas, em 2010 (Agrianual, 2011).
A área total nacional de amendoim (considerando-se as duas safras) atingiu 93,9 mil ha, com 75,9 mil ha (80,8%) cultivados em São Paulo; a produção alcançou 294,7 mil toneladas, 23,1% superior à colhida na safra anterior, tendo a produtividade atingido 3.137 kg ha-1. A região sudeste foi a maior produtora de amendoim com 271,3 mil toneladas, 92,0% da produção nacional, com destaque para São Paulo com 97,0% da produção total da região sudeste e 89,0% da produção nacional (Conab, 2012).
Nas últimas safras, a produção paulista de amendoim tem apresentado variações, atingindo em média 224 mil toneladas, em 2009, maior valor nos últimos seis anos, em quase 80 mil ha. Em 2010, este valor caiu para 186,3 mil toneladas, em 60 mil ha (IEA, 2011b). Tradicionalmente, o amendoim paulista é produzido em duas regiões: na Alta Mogiana (região de Ribeirão Preto e Jaboticabal), onde a cultura encontra espaço na renovação dos canaviais, com produção da safra das águas, e na Alta Paulista (região de Marília e Tupã), onde a renovação de pastagens e canaviais torna disponíveis as áreas para produção de duas safras, a principal (safra das águas) e a safrinha (ou safra da seca) (Martins, 2010).
Na região de Jaboticabal, a produção, em 2010, atingiu patamar de 32,5 mil t, em área cultivada de 8.460 ha (IEA, 2011b). Essa produção deu-se quase, na totalidade, em áreas de renovação de canaviais, em que, a cada ano são renovados de 10 a 15% dos canaviais da região. As áreas de renovação são cultivadas, principalmente, por arrendatários de terras (grandes proprietários rurais arrendam suas terras a terceiros para o cultivo do amendoim, na entressafra da cana-de-açúcar), sendo o cultivo e a colheita mecanizados.
A utilização da rotação de culturas com leguminosas, na cultura da cana-de-açúcar, é recomendada quando se reforma o canavial. Essa prática não interfere na brotação da cana. Seu custo é relativamente baixo e a rotação promove aumentos significativos nas produções de cana, em pelo menos dois cortes, e, consequentemente, nas de açúcar. Adicionalmente, protege o solo contra a erosão e evita a multiplicação de plantas espontâneas (Ambrosano et al., 2011).
Assim, no Estado de São Paulo, o sistema de produção de amendoim está vinculado à cultura da cana-de-açúcar. Porém, este sistema está bem consolidado em padrões de produção, pautados pela inovação, produtividade e qualidade do produto final.
A comercialização, a partir do produtor, é realizada por cooperativas, indústrias de óleo e farelo, beneficiadoras, indústrias de confeitos, empacotadoras, atacadistas e exportadoras (Freitas et al., 2005). Os produtos do sistema agroindustrial do amendoim compõem-se de amendoim em casca e descascado, óleo bruto e refinado, torta ou farelo e sementes para cultivo. Estes produtos são comercializados, tanto no mercado interno quanto no externo. Entretanto, as exportações de farelo e de sementes são pouco significantes (Martins & Perez, 2006).
O controle do custo de produção é fundamental, em função da estreita margem de rentabilidade da maioria das culturas. Assim, qualquer item pode contribuir significativamente para o custo final e, para o amendoim, essa situação não é diferente. Portanto, ao observar os itens dentro da receita, pode-se optar pela melhor alternativa no momento de aquisição de produtos ou escolha de determinado serviço.
O custo operacional total da cultura de amendoim, na região de Jaboticabal, safra de 2010/2011, atingiu R$ 3.665,21 ha-1. Este custo é considerado elevado, por causa, principalmente, das despesas com colheita e arrendamento da terra.
A produção de amendoim mostrou resultados econômicos satisfatórios para o preço médio pago ao produtor, no ano do levantamento, e para o preço médio de 2007 a 2010.
Leia o artigo na íntegra no link