Argentina em apuros por falta de chuva nas lavouras
A maior ameaça é sobre o milho, que registra seca em mais da metade da área plantada. O panorama climático projetado pela Bolsa de Cereais portenha não mostra chuvas suficientes para reverter totalmente a falta de umidade do solo em regiões das províncias de Santa Fé e Buenos Aires. As precipitações das próximas semanas serão decisivas para o desenvolvimento vegetativo.
De acordo com o último relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, o plantio do milho foi concluído em 2,61 milhões hectares dos 3,15 milhões de hectares previstos para esta temporada, o que corresponde a 83% da área do cereal. Na soja, as sementes cobrem 65% das lavouras, ou 12,16 milhões de um total de 18,7 milhões de hectares.
O cenário da soja é um pouco mais tranquilo, mas também preocupa os produtores. “Está chovendo, mas com muita irregularidade e em volumes reduzidos”, conta Sandra Occhiuzzi, coordenadora do Departamento de Risco Agropecuário do Ministério da Agricultura da Argentina. Os níveis de reserva de água no solo se dividem entre adequados e regulares. A diminuição das chuvas fez a semeadura da oleaginosa atrasar em seis pontos porcentuais em relação ao ano passado, tarefa que deve ser concluída nas próximas três semanas.
A possibilidade de quebra de safra na Argentina faz o mercado cogitar redução nas estimativas de produção apontadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o USDA, para o país sul-americano. Segundo Xavier, a expectativa, pouco antes da divulgação do último relatório, na quinta-feira, era de que a produção de milho fosse reduzida para 22 milhões de toneladas e a de soja para 51 milhões. Porém, o órgão norte-americano manteve suas projeções, que são de 25 milhões de toneladas de milho e 52 milhões de toneladas de soja.
Os indicadores argentinos, no entanto, mostram impacto climático maior. A Bolsa de Comércio de Rosário da Argentina estima a produção de soja em 49,5 milhões de toneladas e a de milho entre 21 e 22 milhões de toneladas.