La Niña deve acabar e voltar para o período de neutralidade em breve, afirma NOAA
De acordo com informações divulgadas nesta quinta-feira (13) pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA), as condições de La Niña persistiram durante fevereiro, mas os meteorologistas esperam que condições neutras se desenvolvam no próximo mês e persistam durante o inverno do Hemisfério Sul.
“Nossa métrica oficial, o índice Niño-3.4, se aproximou da média nas últimas semanas, e os meteorologistas esperam que condições oceânicas neutras se desenvolvam no próximo mês”, destaca relatório da NOAA. Dessa forma, há 75% de chance de que a média de fevereiro a abril seja ENSO-neutra, e neutra é o estado mais provável durante o inverno.
Apesar disso, as chances da volta de um La Niña ainda neste ano existem. “Olhando para a primavera, as chances de La Niña aumentam. A média de outubro a dezembro tem um empate entre neutro e La Niña, com uma chance menor de El Niño, em torno de 1 em 5”, aponta a agência norte-americana.
Conforme o que explica a NOAA, o La Niña é a fase fria do El Niño/Oscilação Sul, ou ENSO, um padrão de mudanças no Oceano Pacífico tropical e na circulação atmosférica sobre o Pacífico tropical que persiste por muitos meses.
A assinatura de La Niña é água superficial mais fria do que a média no Pacífico tropical centro-leste, ventos alísios mais fortes do que a média, mais chuva e nuvens sobre a Indonésia e condições mais secas sobre o Pacífico central. O El Niño é o oposto, com água superficial mais quente do que a média e circulação atmosférica mais fraca, enquanto as condições neutras do ENSO estão próximas da média.
Como característica, a influência do fenômeno climático provoca uma redução de chuvas sobre a parte sul do Brasil, enquanto que os volumes na parte norte ficam mais elevados. Neste ano, com o estabelecimento do La Niña, o estado do Rio Grande do Sul enfrentou um período de seca, que atrapalhou o desenvolvimento das lavouras nesta safra 2024/25.
Entretanto, a NOAA ressalta que as previsões do ENSO feitas durante primavera do Hemisfério Norte, outubro do Hemisfério Sul, estão sujeitas a uma barreira de previsibilidade, o que significa que têm menor precisão do que aquelas feitas em outras épocas do ano.