Sudeste registra intensificação da seca conforme a última atualização do Monitor de Secas

Publicado em 27/06/2024 14:34
Fenômeno se intensificou em Minas Gerais e São Paulo com o aumento das áreas com seca moderada. No Espírito Santo e Rio de Janeiro, a severidade da seca ficou estável em maio

Na comparação entre abril e maio, em termos de severidade da seca, houve uma intensificação do fenômeno tanto em Minas Gerais quanto em São Paulo com o aumento das áreas com seca moderada nesses dois estados. No Espírito Santo e no Rio de Janeiro, a severidade da seca se manteve estável nesse período somente com a presença de seca fraca – a mais branda da escala do Monitor – em ambos. Com a situação de MG e SP, a área com seca moderada na região Sudeste como um todo aumentou de levemente de 18% para 19%, indicando uma intensificação regional da seca.

 Em termos de áreas com seca, entre abril e maio, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo registraram aumento das áreas com o fenômeno. No território mineiro houve uma ligeira elevação de 56% para 57% de áreas com seca. Em SP o aumento foi de 78% para 85%, enquanto no RJ o avanço da seca foi de 4% para 42% do território fluminense. O Espírito Santo registrou estabilidade da área com o fenômeno, que se manteve em 63% do território capixaba. Com esse cenário, a região Sudeste teve um aumento da área total com seca, que passou de 60% para 64% de seu território. A seguir estão os destaques por estado da região Sudeste de maio.

Cenário nacional

Entre abril e maio, em termos de severidade da seca, houve um abrandamento do fenômeno em quatro unidades da Federação, conforme a última atualização do Monitor de Secas: Amazonas, Mato Grosso, Pará e Roraima. Já em outros três estados a seca se intensificou nesse período: Acre, Minas Gerais e São Paulo. Em termos de severidade, a seca ficou estável em 14 unidades da Federação: Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia e Tocantins. Os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina seguiram sem registrar o fenômeno, que deixou de ser verificado tanto em Alagoas quanto em Sergipe.

 Na comparação entre abril e maio, 12 unidades da Federação registraram o aumento da área com seca: Acre, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo. Tanto no Amapá quanto no Pará houve uma diminuição da extensão da seca, que deixou de ser registrada em Alagoas e Sergipe. Em outras sete unidades da Federação, a área com o fenômeno se manteve estável: Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Roraima e Tocantins. Já a Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina seguiram livres de seca em maio.

As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTE (rosa), SUDESTE (azul), NORDESTE (verde claro), SUL (verde escuto) e NORTE (cinza).

Quatro unidades da Federação registraram seca em 100% do território em maio deste ano: Acre, Amazonas, Distrito Federal e Roraima. Para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca. Nas demais unidades da Federação que registraram área com seca, os percentuais variaram de 11% a 98%.

As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTE (rosa), SUDESTE (azul), NORDESTE (verde claro), SUL (verde escuto) e NORTE (cinza).

Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, o Amazonas lidera a área total com seca de maio, seguido por Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás. No total, entre abril e maio, a área com o fenômeno aumentou de 5,68 milhões para 5,83 milhões de km², o equivalente a 68% do território brasileiro.

As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTE (rosa), SUDESTE (azul), NORDESTE (verde claro), SUL (verde escuto) e NORTE (cinza).

O Monitor de Secas

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar o planejamento e a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.

Coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), o Monitor de Secas é desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. As instituições que atuam no Monitor de Secas em seus respectivos estados no Sudeste são as seguintes:

 

ESPÍRITO SANTO: Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH); o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER); a Defesa Civil do Espírito Santo; e a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (CESAN);
MINAS GERAIS: Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM);
RIO DE JANEIRO: Instituto Estadual do Ambiente (INEA);
SÃO PAULO: Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA).

 

O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração. Por meio da ferramenta, é possível comparar a evolução das secas nos 26 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido, sendo que o processo de expansão dessa iniciativa foi concluído com a entrada do Amapá no Mapa do Monitor de dezembro de 2023.

A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região. 

 

Fonte: Agência Nacional de Águas e Sanea

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