El Niño costeiro se forma entre Equador e Peru: Excesso de chuvas no Sul pode começar em maio
Em atualização divulgada nesta semana, os modelos mostraram mais uma vez a chance de um El Niño alterando o regime de chuvas no Brasil. Anteriormente o fenômemo estava sendo previsto apenas entre a reta final do inverno e chegada da primavera.
Segundo novas informações da MetSul, o aquecimento já é bastante evidente e um episódio de El Niño costeiro se formou nas costas do Peru e do Equador. É a primeira vez que um fenômeno climático deste tipo se forma e os dois países já sentem os impactos com excesso de chuva e deslizamento de terras.
"Já o temos, disse o meteorologistas peruano Abraham Levy, um dos maiores especialistas no fenômeno ENOS (El Niño e La Niña) e ex-apresentador do tempo na rede nacional de televisão RPP, quando indagado pela MetSul se já se poderia considerar um evento de El Niño costeiro em andamento", destacou a publicação da consultoria.
No Brasil, a tendência é que a mudança comece a ser sentida pelo produtor do Sul do Brasil a partir de maio, com precipitação volumosa e até acima da média. "Durante o inverno e a primavera, desta vez pelo El Niño clássico, projeta-se excesso de chuva e numerosos episódios de cheias de rios e enchentes", afirma a publicação.
Atualmente os modelos mostram fase de neutralidade, após três anos consecutivos de La Niña. A MetSul explicou recentemente que a fase de neutralidade, no entanto, não deve ser confundida com normalidade porque ela também pode trazer extremos em fenômenos como El Niño e La Niña. "Com aquecimento maior e mais antecipado para nova estação, as projeções de chuvas podem subestimar a precipitação no Centro da Argentina, Uruguai e Sul do Brasil", destaca.
Histórico El Niño Costeiro
O El Niño costeiro, é evento oceânico-atmosférico que consiste no aquecimento anômalo das águas do Oceano Pacífico equatorial nas proximidades das costas sul-americanas, que implica que afeta o clima de países como Peru, Equador e às vezes no Chile. É um fenômeno local que não afeta todo o clima mundial.
"É diferente do El Niño na sua forma clássica ou canônica, que é fenômeno climático global de maior dimensão e que consiste no aquecimento anômalo do Pacífico Central e Leste na zona equatorial. Este El Niño clássico é que pode se instalar nos próximos meses. O que agora se instala na costa peruana é o El Niño local", afirma a publicação.
Em 2017 o El Niño costeiro, de acordo com a MetSul, trouxe o maior desastre na costa do Equador e Peru desde 1998. As chuvas se intensificaram a partir do final de janeiro de 2017 e seu maior impacto foi no final de março, durando até abril. No Peru, foram registrados 101 mortos, 353 feridos, 19 desaparecidos, 141 mil desabrigados e quase um milhão de afetados. O Equador teve 16 mortes.