EarthDaily Agro confirma ciclo mais longo da soja em Goiás e Paraná, que pode atrasar plantio da segunda safra
Dados da EarthDaily Agro, empresa que realiza o monitoramento das lavouras de safra por satélite, mostram que, em Goiás, a curva do índice de vegetação (NDVI) evidencia um ciclo da soja mais longo na temporada atual, principalmente se comparado à safra passada. As baixas temperaturas no início do desenvolvimento das lavouras colaboraram para o alongamento do ciclo. Com esse cenário é de se esperar que a colheita da soja atrase o plantio do milho segunda safra. Para os próximos 10 dias, tanto o modelo europeu (ECMWF) quanto o americano (GFS), indicam chuvas acima da média para parte das regiões produtoras de Goiás.
“No Paraná, o NDVI também mostra um alongamento do ciclo de verão, o que pode atrasar ainda mais a semeadura da segunda safra. No estado, os trabalhos nas lavouras estão atrasados em virtude da alta precipitação registrada no fim de janeiro e início de fevereiro. Para os próximos dias a previsão é de baixa precipitação, com volta de chuvas mais intensas no início da segunda quinzena de fevereiro” explica Felippe Reis, analista de culturas da EarthDaily Agro.
No Mato Grosso são esperadas chuvas abaixo da média para os próximos dias, que não devem atrapalhar o ritmo da colheita da soja. A umidade do solo irá se manter próxima à média e a expectativa é de produtividade acima da tendência no estado, uma vez que o NDVI apresentou boa evolução durante o ciclo.
Já no Mato Grosso do Sul, o volume de chuva foi suficiente para permitir o bom desenvolvimento da soja. A boa evolução do NDVI aponta para uma ótima produtividade, em torno de 3,8 a 3,9 toneladas/hectare, cerca de 51% maior em comparação com a temporada anterior, de acordo com os dados de sensoriamento remoto da EarthDaily Agro.
No Sudeste, nos próximos 10 dias, a chuva se mantém em bons volumes restringindo as operações no campo. São Paulo deverá registrar altas produtividades, apesar da seca no início do ciclo, em novembro. O aumento da umidade do solo em dezembro e janeiro foi suficiente para manter o NDVI com boa dinâmica. A estimativa é de que a produtividade seja 5,1% maior do que em 2021, quando alcançou recorde. Minas Gerais também registrou boa evolução do NDVI ao longo de todo o ciclo e aponta para uma produtividade maior em comparação à média registrada no estado.
Na Bahia, a seca dos últimos dias não é motivo para preocupação. Apesar da umidade do solo ter registrado queda, deverá voltar a subir na segunda quinzena de fevereiro. O NDVI apresenta alto nível há algumas semanas, com estabilidade.