COP-27 - CNA debate segurança alimentar e climática
A segurança alimentar e climática foi o tema debatido no primeiro painel do Dia do Agro, coordenado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) no pavilhão brasileiro COP-27. No encontro, os expositores destacaram a importância do esforço de trabalhar em ações conjuntas para que a agropecuária seja parte da solução dos problemas de mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças do clima no mundo.
O debate reuniu o vice-presidente de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira (moderador), o consultor técnico e jurídico da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, Rodrigo Justus, o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Cleber Soares, a diretora de Clima, Natureza e Energia na Embaixada do Reino Unido no Brasil, Bruna Cerqueira, a representante da National Farmers Federation da Austrália (NFF), Michele Macdoch, e o representante do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (EUA), Jeremy Adamson.
Para Gedeão Pereira, o mundo vive em um momento em que a União Europeia vive retrocessos em questões energéticas e que os países do Mercosul, que têm aumentado sua produção com tecnologia, podem ser a solução da segurança alimentar, fornecendo alimentos principalmente para países da África, Oriente Médio e Ásia, de forma saudável, sustentável e ambientalmente segura.
“Segurança alimentar e segurança climática são dois temas interligados. Temos condições de garantir alimentos ao mundo, que hoje demanda cada vez mais alimentos que estejam de acordo com a segurança climática e temos de seguir produzindo com investimentos para mostrar que temos uma das agriculturas que mais respeita o meio ambiente”, destacou.
Na avaliação de Rodrigo Justus, é necessário um esforço global de adaptação às mudanças climáticas e de fortalecimento da agropecuária com investimentos em tecnologias para assegurar alimentos saudáveis e sustentáveis, especialmente para os pequenos produtores, cuja maioria hoje não tem acesso a esses instrumentos.
“Quando falamos de segurança alimentar, falamos do ponto de vista de alimentos saudáveis, mas também de quantidade e disponibilidade para a população mundial. É necessário que haja um esforço para assegurar investimentos para o setor agropecuário porque a tecnologia é a solução e não podemos restringir o produtor de uso de fertilizantes, biotecnologia e defensivos agrícolas, nem adotar outras medidas como taxação de carbono nem nada que aumente os custos para o produtor para que não faltem alimentos, deixando a população vulnerável a preços excessivos ou desabastecimento”.
O secretário de Inovação do Mapa, Cleber Soares, lembrou que, graças às tecnologias incorporadas ao setor produtivo, o país deixou de ser um tradicional importador de alimentos para se tornar um dos maiores exportadores mundiais com um sistema sustentável, preservando mais de 60% do território nacional com vegetação original, dos quais mais de 30% nas propriedades rurais.
Com o passar dos anos, técnicas como a agricultura de baixa emissão de carbono, Integração lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), fixação biológica de nitrogênio, entre outras fizeram com que o país tivesse uma agropecuária cada vez mais adaptativa e descarbonizada.
Já a diretora da Embaixada do Reino Unido, Bruna Cerqueira, destacou a liderança do Brasil em projetos de agricultura de baixo carbono, enquanto os representantes da Austrália e dos Estados Unidos falaram sobre projetos de sustentabilidade implantando em seus países para conciliar a produção e a preservação ambiental, além do diálogo e da necessidade de parcerias entre os países na questão da segurança alimentar de forma sustentável.