WeatherTrends 360: Risco de oeste do Corn Belt ainda seco e quente continua para meados de agosto

Publicado em 08/08/2022 15:17

As preocupações com a falta de chuvas na parte oeste do Corn Belt deverão continuar até meados de agosto, segundo informaram meteorologistas internacionais nesta segunda-feira (8), deixando o mercado ainda volátil e ansioso sobre o real tamanho que a nova safra norte-americana deverá assumir. De acordo com o instituto WeatherTrends 360, a última semana foi a quarta mais quente da história para o mês. 

A tendência é de que as temperaturas continuem bastante elevadas, em especial nas porções mais a oeste e centro do cinturão, superando os 38ºC. Inclusive, as temperaturas noturnas também têm estados bastante elevadas, o que complica ainda mais a situação dos campos que estão nestas localidades. 

"O clima quente combinado com rajadas de vento secaram os solos rapidamente (...) A seca se aprofundou em partes de Iowa, Minnesota, norte de Wisconsin, leste de Nebraska e sudeste de Dakota do Sul, de acordo com dados compilados pelo Monitor da Seca", traz uma nota do WeatherTrends 360. 

Nas imagens abaixo, do instituto norte-americano de meteorologia, é possível que o período até 13 de agosto será de chuvas abaixo da média e temperaturas em, praticamente, todo o Corn Belt. 

Mapa: WeatherTrends 360

"A precipitação deve ser um pouco mais generalizada na segunda semana de agosto no centro do, mas o oeste continuará a receber apenas precipitações irregulares. É provável que as condições de seca se aprofundem ou possam se expandir nesta área", informa a instituição. 

Já no mapa seguinte, do portal Farm Futures, é possível perceber que há muitas marcações amarelas - onde a safra é considerada regular - verdes escuro e claro - para condições boas ou excelentes - e alguns poucos vermelhos, que mostram lavouras bem ruins. E os vermelhos estão, justamente, em estados mais a oeste do Corn Belt, como Missouri, Minnesota e Wisconsin. 

Mapa: Farm Futures

"Parte da colheita de milho desta área (no Missouri) já está sendo retirada do campo, o resto está apenas morrendo. A maioria dos hectares está zerada. Há alguma irrigação, mas é uma luta para conseguir a água. Será a pior safra de milho que tentei plantar em 31 anos. Ou, talvez eu deva dizer a pior colheita que não cultivei", disse um produtor do Missouri ao portal americano. Sobre a soja, "a safra está lutando para sobrevier. Esperamos receber alguma chuva, ou acabará como o milho". 

Em Wisconsin, o agricultor relata que qualquer chuva que chegue agora para o milho chega tarde. 

Na tarde desta segunda-feira (8), às 17h (horário de Brasília), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo reporte semanal de acompanhamento de safras e as expectativas do mercado são de haja uma estabilidade ou até mesmo uma leve redução de 1% no índice de lavouras de soja e milho em boas ou excelentes condições. Todavia, na semana passada o reporte surpreendeu com uma ligeira melhora se registrando para a soja. 

Dessa forma, permanece o auge do "weather market", ou mercado climático, mantendo intensa a volatilidade no comportamento dos preços em Chicago, como já é possível se observar no início desta semana. 

Mais do que isso, o novo boletim mensal de oferta e demanda eu chega também pelo USDA nesta sexta, 12 de agosto, com a expectativa do mercado indicando um recuo da produtividade tanto da oleaginosa, quanto do cereal, deixam os traders ainda mais ansiosos para entender os impactos de clima e do tamanho que a nova safra americana vai alcançar. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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