Atualização do NOAA indica 53% de La Niña no inverno afetando as chuvas no Sul do Brasil
O fenômeno La Niña deve continuar influenciando o regime de chuvas no Sul do Brasil até, pelo menos, a chegada do inverno no Brasil. A atualização foi feita pela Administração Atmosférica e Oceânica (NOAA) na última quinta-feira (10), que indicou que o Pacífico equatorial continua mais frio que o normal e que a atmosfera responde como La Niña.
Segundo análise da Climatempo, o novo reporte trouxe que área de água quente, que poderia decretar o término do fenômeno, se desfez nas últimas semanas e, agora, a perspectiva é de que o oceano superficial permaneça frio por mais tempo. "Aumentou-se para 53% a chance de manutenção do fenômeno La Niña para o inverno brasileiro", afirma a consultoria.
Os dados do NOAA mostram que desde abril de 2020 o oceano pacífico está mais frio do que o normal, o que resultou na formação de dois fenômenos La Niña seguidos. O evento climático muda diretamente o regime de chuva no Brasil, e no ano passado com intensidade entre moderada e forte, teve impacto severo na produção agrícola no centro-sul do Brasil. A perda na produção de grãos foi significativa e também sentiram os impactos os setores de granjeiros, hortifruti, citricultura e cafeicultura.
A Climatmepo destaca que de acordo com a simulação do modelo canadense (CANSIPS) mostra que o modelo mudou a condição de anomalia positiva no centro e sul do Brasil e voltou a mostrar diminuição no volume de chuvas. Para o período entre maio e julho de 2022, a primeira atualização indicava chuva acima da média para boa parte da Região Sul e algumas áreas do Sudeste e Centro-Oeste com destaque para Minas Gerais e sul de Mato Grosso.
A rodada mais recente, no entanto, passou a mostrar chuva acima da média apenas no oeste e centro do Rio Grande do Sul. "Todas as demais áreas e estados da região estão com precipitação dentro da média, o que não significa muito, já que o trimestre é normalmente seco", acrescenta.