EUA: Frio continua até fim de abril e previsões mostram temperaturas mais altas no início de maio
A cada nova semana as condições de clima nos Estados Unidos ganham mais espaço e peso no andamento dos grãos negociados na Bolsa de Chicago. Somente nesta semana, de segunda (19) à quinta-feira (22), os futuro da soja acumularam altas superiores a 5% e do milho, que sente mais as questões climáticas agora, subiram 9,80% no maio e 7,45% no setembro. E deste avanço, a maior parte veio refletindo o tempo muito frio e seco em regiões importantes de produção norte-americanas nestes últimos dias.
Imagem mostra temperaturas baixas no solo de Ohio em 40ºF (4ºC) - Foto: Noggle Farms/Twitter
AMPLIAÇÃO DOS LIMITES DE ALTA EM CHICAGO
E frente ao atual cenário de oferta e demanda já muito ajustado e mais as preocupações deste momento com o clima para o desenvolvimento do plantio norte-americano, os limites de alta para as cotações dos grãos foram ampliados pela Bolsa de Chicago e os novos valores começam a valer a partir de 2 de maio.
De acordo com especialistas, os limites mais amplos deverão trazer mais volatilidade aos negócios, bem como podem também ampliar a especulação e o números de contratos que podem ser negociados pelos traders. Geralmente, o CME Group reajusta seus limites de alta para grãos e oleaginosas em maio e novembro de cada ano.
Os atuais preços de milho e soja na CBOT têm registrado suas máximas desde 2013.
Assim, o atual limite de alta no milho de 25 cents passa a 40 cents de dólar por bushel, do trigo passam de 40 para 45 cents e no caso da soja esse aumento vai de 70 centavos para US$ 1,00. Os limites para os futuros dos derivados de soja também serão incrementados e passam a ser de US$ 30,00 por tonelada curta no caso do farelo e de 3,5 cents por libra-peso no caso do óleo, os valores anteriores eram de, respectivamente, US$ 25,00 e 2,5 centavos de dólar.
PREVISÃO DO TEMPO
O plantio avança nos Estados Unidos em um ritmo um pouco mais lento do que o 'comum' para este período por conta dessas baixas temperaturas e do tempo seco em algumas regiões. Já em outras, como explica o boletim diário do Commodity Weather Group, o excesso de umidade pode deixar a semeadura também um pouco mais travada.
"As chuvas previstas para o final de semana podem retardar um pouco do plantio da soja e do milho em cerca de um quarto das regiões do Delta e do Meio-Oeste americano, e o principal atraso se observa no sudoste e centro do Meio-Oeste no meio da próxima semana", diz o informe do CWG.
Sobre as temperaturas, o instituto americano de meteorologia sinaliza também que as mesmas começam a subir nas próximas duas semanas, o que deve favorecer, principalmente, a germinação do milho no Meio-Oeste, bem como podem começar a ser observadas precipitações mais limitadas entre as porções norte e leste do cinturão.
Os mapas atualizados pelo NOAA, a agência oficial de clima do governo norte-americano, mostram as temperaturas ainda abaixo da normalidade nas principais áreas produtoras de grãos dos Estados Unidos. A imagem abaixo mostra as condições esperadas para o período de 29 de abril a 3 de maio.
Para o mesmo período, as chuvas também deverão se mostrar dentro da média ou ligeiramente abaixo dela em estados como parte de Illinois, Wisconsin, e as Dakotas, como ilustra o mapa a seguir.
Para o período de 1 a 7 de maio, as condições das temperaturas deverão se mostrar dentro da normalidade - como mostra a imagem na sequência - enquanto as chuvas deverão ser ligeiramente mais abrangentes em boa parte da região produtora, equanto a porção mais a leste do cinturão receberá volumes dentro da média, como mostra o segundo mapa.
Em uma previsão mais alongada do Commodity Weather Group, para 8 a 22 de maio, as condições esperadas são de chuvas dentro da normalidade para a maior parte das regiões produtoras. "O oeste do Meio-Oeste americano pode registrar atrasos no plantio de soja e milho, enquanto o ritmo segue normal no leste da região e no Delta", diz o CWG.
SECA NOS EUA
Além do frio, o tempo seco também vinha sendo uma preocupação para os produtores norte-americanos. Os dados atualizados pelo Drought Monitor - ou o Monitor da Seca - mostram que essa é uma preocupação que ainda persiste, uma vez que o déficit hídrico continua - e se intensificou entre 14 e 20 de abril - nas Dakotas e em Iowa, por exemplo.
Os mapas abaixo mostram as condições de estados-chave na produção de soja e milho dos Estados Unidos. As áreas em vermelho indicam extrema seca, em laranja seca severa, em laranja mais claro seca moderada e e em amarelo seca "anormal". Em vinho, seca excepcional.
Iowa - O monitor aponta que cerca de 41% de Iowa, maior produtor norte-americano de milho, está sob condições de "seca anormal", além de registrarem ainda bem baixos níveis de umidade do subsolo, o que também preocupa para o avanço do plantio.
Illinois - Na última semana, as condições de seca também se intensificaram em Illlinois, o maior estado produtor de soja dos EUA. Aproximadamente 22% do estado passa também por condições de seca 'anormal' ou pior.
Nebraska - Já no Nebraska, há 62% do estado nas mesmas condições, porém, os níveis de umidade no subsolo são ligeiramente mais elevados.
Indiana - Em Indiana, a área do estado que sofre com a seca severa também se ampliou nos últimos dias e mais stress hídrico foi reportado pelo Drought Monitor. 29% de Indiana esta sob seca anormal.
Minnesota - Em Minnesota, o índice do território estadual chega a 33% sob seca anormal, porém, também com melhores índices de umidade no subsolo.
Dakotas - Na Dakota do Sul, impressionantes 95% do estado permanecem sobre seca anormal e os índices de umidade nos solos também não são dos melhores. Na Dakota do Norte, o percentual do estado sob as mesmas condições de seca é de 88%.