Falta de chuvas já dura 10 dias em Goiás e preocupa para o milho safrinha

Publicado em 30/03/2021 10:53 e atualizado em 30/03/2021 15:35
Com semeadura tardia e sem chuvas há dez dias, preocupação é com produtividade e redução da área plantada

Depois de enfrentar o excesso de chuvas e dificuldade para fazer a colheita da soja e o plantio de milho fora da janela ideal, o clima volta a preocupar do produtor de Goiás. Há mais de dez dias não chove no estado, aumentando as preocupações para a produção do milho safrinha. 

De acordo com Leonardo Machado,  Analista Técnico do IFAG, a condição é crítica em todas as áreas do estado, considerando que o milho está na sua fase mais crítica, precisando de umidade para garantir o bom desenvolvimento da safra. "Nós temos produtores que fizeram o plantio na semana passada, muito fora da janela e essa condição climática preocupa bastante", comenta. 

O especialista explica ainda que, desta vez, as condições climáticas estão dentro do esperado para época, mas a semeadura tardia acabou coincidindo justamente com a fase de redução dos volumes de chuva. "Essa condição seca pode causar até redução da área plantada. Se o produtor precisar fazer o replantio, ele vai optar pelo sorgo", acrescenta. 

O presidente da Aprosoja Goiás, Adriano Barzotto, confirma que a condição é crítica e a necessidade de chuvas o quanto antes em todo o estado. Segundo dados da Aprosoja, mais de 50% do milho safrinha foi plantado no mês de março, data em que os trabalhos já estariam finalizados em todo estado.

"Isso traz uma preocupação maior por conta de sabermos que agora já começa a ficar escassa a chuva. Temos realmente em torno de 10 dias de estiagem, já começamos ver algumas lavouras sofrendo estresse hídrico, isso é preocupante porque são lavouras novas, geralmente quando sofre nesse período de cultivo, ela limita muito a produtividade, então essa é a preocupação que a gente tem nesse momento", comenta.


Fonte: Inmet 

Os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) confirmam que há dez dias não chove em todo o Brasil Central. Segundo Naiane Araújo, meteorologista do Inmet, uma massa de ar seco e quente estava predominante, impedindo o avanço da umidade para o estado. "As frentes estavam passando muito rápido pela região Sul e depois se deslocando diretamente para o oceano", explica.

Segundo a especialista, desde segunda-feira (29) uma nova frente fria começou avançar pelo litoral de São Paulo, melhorando as condições de umidade em Minas Gerais. A tendência é que o sistema continue evoluindo, começando a quebrar também o bloqueio em Goiás. 

Naiane reforça, no entanto, que as chuvas chegam em formas de pancadas e de forma irregular. "Agora nessa época não teremos mais aquelas chuva generalizadas, provocadas pela ZCAS. As condições são de pancadas de forma isoladas", acrescenta. Em relação às temperaturas, a tendência é que nesta terça-feira (30) continuem elevadas, entre 36ºC e 37ºC.

Os modelos mostram ainda que até, pelo menos, dia 10 de abril a tendência é de chuvas em forma de pancadas em todo o estado. O modelo Cosmo, do Inmet, chama atenção para o centro-sul de Goiás, que deve permanecer com o tempo estável nos próximos dias. 

Conforme indica o modelo, nas próximas 24 horas, são esperadas chuvas na faixa leste da região Sudeste do Brasil. Os maiores acumulados continuam previstos para o Rio de Janeiro, com precipitação entre 20mm e 30mm e pontos isolados de São Paulo. As demais áreas devem chuvas pontuais e de volumes baixos. O modelo mostra ainda que a partir de quarta-feira (31), as chuvas sobem com mais intensidade para áreas de Minas Gerais e extremo sul do Espírito Santo, com volumes previstos entre 20mm e 40mm.  

Veja o mapa de previsão de precipitação para as próximas 93 horas: 


Fonte: Inmet 
 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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