Atenção no milho safrinha: Lazinski alerta para veranicos e antecipação do frio no centro-sul do Brasil
Apesar dos modelos meteorológicos indicarem que o La Niña já começou a perder intensidade, o fenômeno deve seguir impactando as condições climáticas no Brasil até o final do primeiro semestre de 2021. As informações são de Luiz Renato Lazinski - agrometeorologista.
Segundo o especialista, a tendência até junho é da permanência de chuvas irregulares, com destaque para volumes mais baixos no centro-sul do Brasil e permanência de volumes acima da média na parte centro-norte. Além disso, a antecipação do frio, com avanço de massa de ar polar intensa e risco de geadas mais severas, gera uma preocupação ainda maior para o milho safrinha.
Em relação as chuvas, Lazinski destaca que os modelos sinalizam para março e abril com chuvas abaixo da média no centro-sul do Brasil. "As chuvas que estávamos vendo, ainda que abaixo da média, migragram do centro-sul para o centro-norte do Brasil", comenta.
O especialista relembra que o La Niña já impactou no plantio da soja, que atrasou devido ao clima adverso. "Está melhor que no ano passado, mas ainda chove abaixo do normal e agora tem esse de veranicos. Nós não conseguimos prever quando eles de fato acontecerão, mas o La Niña vai seguir persistindo e influenciando o clima no outono e no inverno", afirma o especialista.
O mapa abaixo, modelo Europeu de previsão, sinaliza anomalia de chuva para os próximos 45 dias, entre 09/03 a 23/04/21:
A preocupação agora é com o milho safrinha. Segundo Lazinski, no Paraná, por exemplo, o plantio está muito atrasado e fora da janela, com apenas 50% da área semeada. "Como o milho está atrasado, isso vai alongar o ciclo da cultura, que deve atrasar em pelo menos um mês a colheita e correr risco com massa de ar frio", acrescenta.
A antecipação do frio é mais uma característica do La Niña. O especialista destaca que as temperaturas já estão mais baixas do que a média esperada para a época, como por exemplo, General Carneiro/PR que na manhã de quarta-feira (10) registrou temperatura mínima de 6 graus, segundo dados do agrometeorologista.
"O frio não vai chegar mais cedo, ele já chegou. O frio vem antes e vai embora mais tarde em todo o centro-sul do Brasil. As condições atmosféricas estão muito favoráveis para o avanço de massa de ar polar mais cedo e mais intensa", complementa. Destaca ainda que o maior risco é previsto para o oeste do Paraná, Mato Grosso do Sul e sul de São Paulo. "Então além do veranico, corremos o risco de alongar o frio nessas áreas o que pode comprometer ainda mais", comenta.
Anomalia de temperatura para o período dos próximos 45 dias, entre 09/03 e 23/04/21:
Atualização do NOAA mostra transição para El Niño entre abril e junho
A Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA) atualizou na manhã desta quinta-feira (11) as condições do La Niña. "O La Niña continuou durante fevereiro, refletido por anomalias de temperaturas da superfície do mar abaixo da média (TSM), que se estendeu do oeste ao centro-leste do Oceano Pacífico", afirmou a publicação oficial.
Segundo o NOAA, a maioria dos modelos prevê uma chance de 60% de uma transição do La Niña durante a Primavera de 2021 do Hemisfério Norte, entre abril e junho, ou seja, justamente entre o outono e inverno no Brasil. "O consenso do previsor concorda com esta transição e, em seguida, prevê uma continuação do ENSO-neutro pelo menos durante o verão no Hemisfério Norte", afirma.
Lavoura de soja em Marechal Cândido Rondon (PR) - Eng. Agrônomo João Elias Hahn
Plantio de milho 2021 no condomínio de Silos Agroparaiso em Palotina (PR) - Giovani
Colheita de soja na Escola Gleba Rio Vermelho em Rondonópolis (MT) - Clodoaldo Alves Bezerra
Belíssimo arco-íris na safrinha de milho em Roncador (PR) - Junior Flora
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