Com pico do La Niña em novembro, produtor do Rio Grande do Sul deve atrasar semeadura da soja

Publicado em 04/11/2020 10:19 e atualizado em 04/11/2020 15:03
Segundo Paulo Sentelhas, atrasando semeadura produtor pode conseguir manter produtividade média e minimizar os impactos

A consultoria de clima Agrymet, liderada por Paulo Sentelhas - professor de agrometeorologia pela Esalq/USP, divulgou nesta quarta-feira (4) as projeções climáticas para os próximos três meses em todo o país. As previsões seguem indicando chuvas abaixo da média para todo o sul do Brasil no próximo mês, com destaque para janeiro onde as chuvas devem acontecer com mais frequência.

É importante ressaltar que o La Niña já foi confirmado para 2020 e com pico do fenômeno acontecendo nos próximos meses no Brasil, chamando atenção para novembro onde o volume de chuva na parte sul deve ser ainda mais baixo no Rio Grande do Sul.

Os modelos já começam a indicar o corte das chuvas para o sul do Brasil neste mês. Segundo a projeção da Agrymet, o Rio Grande do Sul deve registrar um défict hídrico entre 75 e 150 mm. No Paraná, a tendência também é de chuvas abaixo da média. Apenas o extremo norte do estado pode registrar chuvas acima do esperado, entre 10 e 50 mm.

Diante do cenário apresentado, Paulo Sentelhas destaca que a orientação para o produtor de soja do Rio Grande do Sul é fazer semeadura tardia neste ano. Ele explica ainda que as previsões para os próximos dias começam a indicar chuvas acontecendo perto do dia 15,  e caso se confirmem, devem dar condição de plantio para o produtor. "A melhor ação para o produtor é realmente atrasar essa semeadura. Estudos indicam que em anos de La Niña, fazendo isso, o produtor consegue manter pelo menos a produtividade média", comenta o especialista.  

Veja o mapa de previsão de anomalias de precipitação para novembro:


Fonte: Agrymet

 

Sentelhas destaca ainda que a partir de dezembro, os modelos atuais mostram um cenário dentro da normalidade para as chuvas na parte sul do Brasil. De acordo com o mapa, as chuvas neste período devem ficar dentro da climatologia, com destaque para o oeste do Rio Grande do Sul que pode ter até 50 mm acima da média prevista. "Se as chuvas do dia 15 se confirmarem, essa quantidade de água prevista para dezembro é suficiente para garantir a fase vegetativa da planta", afirma. 

Já para Janeiro as previsões são mais positivas. "O modelo já mostra chuvas mais regulares. Precisamos ter boas projeções para janeiro, fevereiro e março, que é quando a planta tem uma necessidade maior de água", afirma.

Para janeiro, o mapa de previsão de anomalias de precipitação também mantém a previsão de normalidade para a precipitação, com áreas do noroeste e leste do estado podendo ter chuvas acima da média no Rio Grande do Sul. A expectativa é que com o pico do La Niña acontecendo em novembro, as chuvas se regularizem no primeiro trimestre de 2021, minimizando os impactos para o produtor do estado.,

Veja o mapa de previsão de anomalias de precipitação para dezembro e janeiro:

 

 

 

 


Sinop/MT. Foto: Jonas Olivi​
 


Plantio de soja em Itambé/PR. Foto: Nivaldo Forastieri​
 


Começando a reforma da pastagem em Piracanjuba-GO. Foto: Rogério G Cardoso​

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Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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