Previsões indicam menos chuvas e mais calor no Corn Belt nas próximas semanas
O desenvolvimento das lavouras em todo o Corn Belt segue como uma das principais preocupações do produtor norte-americano neste momento. Depois de uma primavera extremamente chuvosa, agora as atenções se voltam para os mapas climáticos indicando um tempo mais quente e seco para as próxima semanas, o que acaba se tornando, como explicam analistas internacionais, uma ameaça, prinicipalmente, às lavouras plantadas mais recentemente.
As previsões indicam este padrão mais quente e seco pelas próximas duas semanas. "Ou talvez mais", diz Bryce Knorr, analista sênior do portal internacional Farm Futures. "As tempestades pontuais que se vê nas Planícies nesta segunda-feira não devem se espalhar pelo Meio-Oeste na próxima semana", completa.
No intervalo de 8 a 15 de julho, os acumulado de chuvas no coração do cinturão deverão ficar entre 0,25 e 12 mm, como mostra o mapa atualizado pelo NOAA - serviçop oficial de clima dos EUA - neste começo de semana.
E para as semanas seguintes o que se espera são temperaturas acima da média em quase todo o Corn Belt, também de acordo com os últimos mapas do NOAA para os intervalos de 13 a 17 e 15 a 21 de julho, como ilustram as imagens a seguir.
Previsão de temperaturas entre 13 e 17 de julho - Fonte: NOAA
Previsão de temperaturas entre 15 e 21 de julho - Fonte: NOAA
Nos mesmos períodos, os mapas mostram que as chuvas deverão ficar abaixo da média para o período.
Previsão de chuvas entre 13 e 17 de julho - Fonte: NOAA
Previsão de chuvas entre 15 e 21 de julho - Fonte: NOAA
Há duas diferentes análises sobre tais condições neste momento. Para alguns especialistas, o cenário se confirmando com temperaturas mais elevadas e com menos chuvas poderia favorecer os campos norte-americanos, que vinham sendo duramente castigados pelo excesso de chuvas.
"A ARC lembra que atualmente ainda há várias regiões dispersas pelo Cinturão Agrícola norte-americano sob condições ruins de desenvolvimento. Entretanto, as previsões climáticas trazem um padrão benéfico para as próximas 2 semanas, pelo menos', explicam os analistas e consultores da ARC Mercosul.
Já para outros, tais condições poderiam ocasionar algum estresse para as plantas. "Os grãos sobem pela quarta sessão diante de previsões que ainda mostram um tempo quente e seco na maior parte das regiões produtoras ameaçando lavouras recém plantadas', explicam os analistas da consultoria Allendale, Inc.
Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo boletim semanal de acompanhamento de safras com a atualização das condições das lavouras e a possível conclusão do plantio da soja no país. Os novos números chegam às 17h de Brasília, após o fechamento do pregão na Bolsa de Chicago.
De acordo com expectativas do mercado, o índice de lavouras de milho em boas ou excelentes condições poderia vir em 58%, contra 56% da semana anterior. Para a soja, o número é esperado em 56%, enquanto eram 54% na semana anterior. Já o plantio da oleaginosa é esperado em 97%, contra 92% da semana passada, 100% de 2018 e 98% de média dos últimos cinco anos.
"Os detalhes da previsão do tempo para os primeiros dez dias de julho são amplamente favoráveis para o desenvolvimento das culturas nos EUA. Temperaturas variáveis e chuva de leve a moderada são esperadas. Normalmente, alguém verifica esses detalhes e pensa: 'Bem, estamos indo bem'. Mas sabemos que este ano de 2019 não é assim", explica Bryce Anderson, agrometeorologista sênior do DTN The Progressive Farmer.
Anderson reforça as informações de que as condições da safra 2019/20 dos Estados unidos são muito desuniformes e ainda não indicam qual será seu potencial real ou qual a extensão e gravidade das perdas causadaspelas adversidades climáticas.
"Imagens de computador, fotos e avaliações individuais dizem a mesma coisa: a situação é ruim em muitas áreas, mesmo depois de alguns dias mais quentes", relata o meteorologista. "Mas claro, nem tudo está perdido", diz. E explica que as condições são mais preocupantes do lado leste do cinturão, enquanto no Oeste as lavouras já não assustam tanto.
Ainda assim, conclui dizendo que "é difícil ignorar os índices de campos bons ou excelentes que estão 20 pontos percentuais abaixo de um ano atrás para o milho, e 17 pontos abaixo para a soja".