Tempo: Março termina com mais chuvas no Norte e Nordeste; Paragominas (PA) acumula 700 mm no mês
Imagem de satélite de todo o Brasil nesta sexta-feira (29) - Fonte: Inmet
Março está terminando e chuvas ainda devem seguir até o final do mês sobre áreas das regiões Norte e Nordeste. Algumas cidades produtoras, inclusive, já receberam acumulados que superam a média histórica. Paragominas (PA), cidade que recebeu altos volumes já registra mais de 700 milímetros no mês.
A maior parte do mês de março foi marcada por chuvas sobre a faixa Centro-Norte do país. Áreas de instabilidade vão continuar sobre o Nordeste até o final do mês e com possibilidade de temporais sobre a costa Leste e Norte da região. Localidades do Norte do país também ainda terão pancadas de chuva.
"Os ventos marítimos ajudam a trazer umidade e muita nebulosidade ainda vai se espalhar pelas áreas litorâneas entre a costa de Pernambuco e do Maranhão, além do interior do Ceará, do norte do Piauí e do Maranhão", destacou a Climatempo. Instabilidades até diminuem nesta sexta, mas voltam no fim de semana.
Veja o mapa com a previsão de precipitação acumulada para até 72 horas (30/03 a 01/04) em todo o Brasil:
Fonte: Inmet
Outras áreas do Nordeste podem esperar por algumas pancadas de chuva com raios e localizadas, assim como pontos da região Norte do país, onde a chuva também não tem dado trégua nos últimos dias. "O Norte e o Oeste da Bahia voltam a ficar mais secos e a chance de chuva também diminui", disse a empresa meteorológica.
As chuvas nos estados da região Nordeste têm atrapalhado os trabalhos finais da colheita da soja, mas devem beneficiar as lavouras de milho safrinha. Imagens enviadas por produtores ao Notícias Agrícolas e postadas em redes sociais mostram as chuvas em áreas produtoras do Nordeste e também em pontos do Norte.
No mapa de precipitação acumulada dos últimos três dias é possível ver que as chuvas mais volumosas no país seguem concentradas no Centro-Norte. Os cinco maiores acumulados na quinta foram registrados em Benjamin Constant (AM): 133,0 mm, São Sebastião (SP): 91,0 mm, Iguapé (SP): 83,4 mm, Cotriguaçú (MT): 73,0 mm e Rio Branco (AC): 70,5 mm.
Veja o mapa das áreas com precipitação acumulada nos últimos 3 dias:
Fonte: Inmet
Em áreas do estado de Tocantins, as chuvas nos últimos dias têm impactado a finalização da colheita da soja, que está entre 80 e 85%. A produtividade está em cerca de 50 sacas por hectare. Já o milho safrinha, que neste ano teve um incremento de 100 mil hectares, passando de 130 mil para 230 mil, têm boas perspectivas de produtividade.
No Pará, a chuva intensa também prejudica a colheita, segundo Vanderlei Silva Ataídes, presidente Aprosoja Pará, principalmente na região de Paragominas (PA). O plantio também foi afetado, já que algumas áreas pontuais foram finalizadas apenas na última semana.
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Em Balsas (MA), a colheita está em 70% e os trabalhos com as precipitações atrasaram pontualmente com as chuvas, mas elas devem contribuir para o milho safrinha, que já foi totalmente semeado no município com boas perspectivas por parte dos agricultores.
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Em um levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, com base em dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), é possível detectar os altos acumulados neste mês de março em diversas cidades produtoras do Norte e Nordeste do país, algumas até com volumes que superam a média histórica (1961-1990).
Em Paragominas (PA), as chuvas neste mês de março superam os 700 mm, mas o Inmet não fornece dados históricos para a estação da cidade. Em Barreiras (BA), as precipitações no período totalizam mais de 225 mm e a média histórica para o mês é de 150,50 mm. Palmas (TO) recebeu mais de 250 mm e a média é de 170,80 mm.
Em Luis Eduardo Magalhaes (BA), as chuvas neste mês de março totalizam mais de 175 mm, em Bom Jesus do Piauí (PI), as precipitações no período totalizam pouco mais de 30 mm, após altos volumes no mês de fevereiro e em Balsas (MA), os acumulados no mês ultrapassam os 225 mm.
Se as chuvas impactam a colheita da soja, por outro lado, é consenso que elas vão beneficiar a safrinha. A agência de notícias Reuters fez estimativas com 10 consultorias e entidades do mercado e levantou que o Brasil podem colher na 2ª safra 66,22 milhões de toneladas de milho, com alta de 22,9% ante a temporada anterior.
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De acordo com o mapa de precipitação acumulada do Inmet, nos próximos sete dias, as chuvas mais volumosas ainda seguirão concentradas sobre a faixa Centro-Norte do país. Áreas da região Nordeste, Norte e algumas partes do Centro-Oeste terão pontos com precipitações acumuladas de mais de 150 mm.
Veja o mapa de precipitação acumulada dos próximos 7 dias no Brasil:
Fonte: Inmet
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