Chuvas torrenciais do Florence matam 23 nas Carolinas do Norte e do Sul
Por Ernest Scheyder e Patrick Rucker
WILMINGTON/FAYETTEVILLE, Estados Unidos (Reuters) - O pior das enchentes causadas pela depressão tropical Florence, que já matou 23 pessoas, ainda acontecerá nas horas e dias adiante por culpa dos rios inundados, ainda que os moradores exaustos de chuva tenham tido um vislumbre de sol nesta segunda-feira.
A tempestade lenta, que era um furacão quando atingiu o litoral da Carolina do Norte, provocou até 91 centímetros de precipitação no Estado norte-americano desde quinta-feira, deslocando milhares de pessoas. As enchentes podem persistir durante várias semanas em algumas áreas.
A cidade costeira de Wilmington continuava isolada devido ao transbordamento do Rio Cabo do Medo nesta segunda-feira. O mesmo rio, que atravessa a cidade de 200 mil habitantes de Fayetteville, deve atingir níveis que provocarão alagamentos terra adentro ainda nesta segunda-feira, e não voltará à altura normal até terça-feira.
O Florence rumava para a Virgínia e a Nova Inglaterra, e os alertas de enchentes se estenderam de Maryland a Nova York e ao sul da Nova Inglaterra.
Nas Carolinas, o Serviço Nacional do Clima (NWS) continuava a alertar as pessoas que as inundações estão piorando.
"O pior ainda está por vir", porque os rios atingirão cheias históricas, disse Zach Taylor, meteorologista do NWS. "O solo está encharcado e não consegue absorver mais chuva, então essa água tem que ir para algum lugar, infelizmente."
Os grandes rios devem continuar alagados durante as próximas duas ou três semanas, disse Steve Goldstein, contato da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica com a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema).
O saldo de mortes do Florence, que chegou à Carolina do Norte na sexta-feira, subiu para 23 nesta segunda-feira.
Entre os mortos está um menino de 1 ano que foi levado da mãe quando os dois tentavam fugir do carro em meio às enchentes. A mãe havia contornado barricadas para entrar em uma estrada fechada, informou o escritório do xerife do condado de Union, perto da fronteira da Carolina do Norte com a Carolina do Sul, no Facebook.
Autoridades da Carolina do Norte relataram o fechamento de mil estradas, inclusive um trecho da Interestadual 95, grande artéria de transporte que percorre toda a Costa Leste dos Estados Unidos.
Cerca de 509 mil casas e negócios estavam sem eletricidade nesta segunda-feira nas duas Carolinas e em Estados circundantes.
(Reportagem adicional de Bernie Woodall, em Miami; Jessica Resnick-Ault e Barbara Goldberg, em Nova York; Anna Mehler Paperny, na Carolina do Norte; e Rich McKay, em Atlanta)