Tempo: Brasil central está sem chuvas há mais de 30 dias e chuvas não aparecem no radar dos próximos dias

Publicado em 18/07/2018 11:17

Dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) revelam que diversas áreas do Brasil central estão sem chuvas há mais de 30 dias. A tendência é de menores volumes de chuva mesmo nessas regiões nessa época do ano, mas produtores já estão em alerta com a condição. Previsões estendidas não apontam volumes representativos nos próximos 15 dias.

As precipitações nos últimos meses têm se localizado principalmente nos extremos do país, como em áreas do Norte, Nordeste, litoral do Sudeste e partes do Sul e não chega nas áreas mais centrais por conta de uma massa de ar seco. Essa condição já tem preocupado os produtores de trigo no Paraná e derrubou a produtividade da cana em São Paulo.

Em boletim divulgado na terça-feira (17), o Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná informou que a falta de chuvas no estado já começa a prejudicar a produtividade do trigo. De uma semana para a outra, as lavouras consideradas de qualidade "boa" caíram de 82% para 75%. As lavouras "ruins" passaram para 5%, de 3% registrado anteriormente.

Veja o mapa com a previsão de temperatura mínima para até 72 horas (19/07 a 21/07) em todo o Brasil:


Fonte: Inmet

"No Norte Pioneiro, principalmente, já tem pelo menos 35 dias sem chuvas, o que está piorando um pouco mais (a qualidade da safra)", afirmou para a agência de notícias Reuters o analista do Deral, Carlos Hugo Godinho. As altas temperaturas no Paraná também têm contribuído para as perdas no trigo. O departamento estima colheita de 3,36 milhões de toneladas do cereal.

Leia mais:
» Tempo seco já reduz qualidade da safra de trigo do Paraná, diz Deral

A última vez que choveu acima de 10 milímetros na região de Londrina (PR) foi em 13 de junho, mais de 30 dias. O mesmo ocorre em Castro (PR). Em Franca (SP), a última chuva mais representativa ocorreu em 16 de junho, mas foi de cerca de 11,2 mm. Na região de Catanduva (SP), não chove forte há mais de 90 dias. Os dados são de medições realizadas pelo Inmet.

A falta de chuva também tem afetado as áreas canavieiras do Centro-Sul do Brasil. Com isso, segundo a estimativa mais recente da consultoria INTL FCStone, divulgada na última semana, a safra 2018/19 deve cair 3,8% em relação à temporada anterior, totalizando 573,9 milhões de toneladas. Esse seria o menor volume desde a temporada 2014/15.

"Entre os meses de fevereiro e junho, a precipitação sobre o cinturão canavieiro registrou 378 mm, 31,4% abaixo do ano passado e 33,4% abaixo da média histórica. Com as chuvas escassas, o nível de umidade no primeiro 1,6 metro de solo também caiu para 346,8 mm no mês de junho, 16,6% abaixo da média de 10 anos", afirma o analista de mercado do grupo, João Paulo Botelho, em relatório.

Leia mais:
» Centro-Sul deve processar menor volume de cana desde 2014/15

Veja o mapa com a precipitação acumulada nos últimos 30 dias em todo o Brasil:


Fonte: Inmet

Outras áreas do Brasil central também apresentam condição parecida, como o estado de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerias. No entanto, as lavouras dessas áreas não estão sendo afetadas ou estão em colheita, como ocorre no milho em áreas do Centro-Oeste e café no Sudeste. Os trabalhos no campo são beneficiados com a falta de chuva.

Brasília (DF), por exemplo, completou nesta terça-feira 78 dias praticamente sem chuvas. Segundo a Climatempo, o prolongamento do tempo seco traz problemas de saúde e o risco de fogo nas matas também aumenta. Neste mês, foram registrados 14 focos de fogo contra 8 no mesmo período do ano passado, segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE).

O modelo Cosmo do Inmet não mostra chuvas representativas para a região central pelo menos até o final da semana. As precipitações seguem isoladas nos extremos do país. Em uma previsão mais estendida, o Centro de Previsão do Clima (NCEP, na sigla em inglês), aponta a tendência de que as chuvas não cheguem no centro do Brasil pelo menos até o início de agosto.

Veja o mapa com a precipitação acumulada para o período de 18 de julho até 03 de agosto:


Fonte: National Centers for Environmental Prediction/NOAA


Miguel Capelin olhando o Trigo com o Papai em Coronel Vivida (PR). Envio de Mateus Capelin​


Colheita de milho família Orlovicks em Barretos (SP). Envio de João Orlovicks Neto​

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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