El Niño tem chances de se instalar nos próximos meses, prevê serviço de meteorologia dos EUA

Publicado em 11/05/2018 11:42

Anomalias médias da temperatura da superfície do mar (TSM) (° C) nas últimas semanas - Fonte: The Climate Prediction Center/NOAA

Com o La Niña sem forças, as atenções do mundo agora se voltam para um padrão associado ao El Niño. O fenômeno climático tem chances de ocorrer nos próximos meses com uma condição de tempo mais quente e úmido do que o normal, disse o serviço meteorológico dos Estados Unidos em seu mais recente relatório.

A possibilidade de uma transição para o fenômeno climático está em quase 50% durante o inverno do Hemisfério Norte, entre dezembro de 2018 e março de 2019, disse o Centro de Previsão do Clima (CPC), do NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional). Os reflexos relacionados ao El Niño costumam dominar os mercados globais de agricultura e energia.

"O La Niña se foi", disse Michelle L'Heureux, meteorologista do centro, para a agência de notícias Bloomberg. "Nós não emitimos um relógio de observação para o El Niño porque as probabilidades ainda não são tão altas, mas queríamos pelo menos notificar as pessoas que existe uma possibilidade", ressaltou a especialista.

O El Niño é caracterizado pelo aquecimento das águas superficiais do Pacífico. Em 2016, em sua última ocorrência, o fenômeno causou danos em lavouras, incêndios e enchentes ao redor do mundo. Como indicou o serviço, ainda não há o que se preocupar, já que as condições de neutralidade estão previstas de setembro a novembro.

L'Heureux ressalta ainda a fragilidade dos modelos de previsão nesta época do ano para o El Niño e La Niña. No entanto, a meteorologista prevê que provavelmente o La Niña não voltará pelo terceiro ano, e a chance de um El Niño se formar entre novembro e janeiro é de 49%, ante 48% no mês passado.

Neste período, o Brasil deve estar iniciando o plantio da safra de grãos 2018/19, com culturas como soja, milho, arroz e feijão.

"Nesta época do ano os alarmes falsos de alguns desses modelos são bastante altos e isso deve ser levado em consideração", disse L'Heureux, acrescentando que fica mais detectar a ocorrência do fenômeno em julho e agosto.

O fenômeno climático tende a desencadear secas em algumas partes do mundo e inundações em outras, dependendo de sua força. Normalmente, está ligado a secas em partes da Ásia, chuvas torrenciais em áreas da America do Sul e tempo mais úmido do que o normal em áreas dos Estados Unidos, além de redução no número de tempestades tropicais e possibilidade de furacões no Atlântico.

Na última terça-feira (08), o serviço de meteorologia australiano também disse que o Pacífico está em seu estado neutro e provavelmente continuará assim até setembro deste ano.

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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