Águas do Pacífico seguem esfriando, mas permanecem na neutralidade e ainda não configuram La Niña
O Instituto Australiano de Meteorologia atualizou, nesta terça-feira (12), suas medições das temperaturas das águas do oceano Pacífico e as apurações seguem mostrando uma condição de neutralidade climática.
"Nos últimos dois meses, as temperaturas da superfície do Pacífico se arrefeceram, mas ainda permanecem dentro da faixa neutra, no entanto, estão - na superfície e abaixo dela - ligeiramente mais baixas do que a média", informa o órgão em seu reporte. "Além disso, outros indicativos como o nebulosidade e ventos também estão nessa faixa", completa.
Ainda segundo o boletim, a maior parte dos modelos climáticos internacionais segue mostrando que, de fato, o oceano Pacífico pode esfriar ainda mais, porém, também reafirmam que essa neutralidade deve durar até o final deste ano, pelo menos. De oito, dois deles acreditam que os modelos indicama ocorrência de um La Niña, porém, já no final de 2017.
As agências acompanham ainda um movimento chamado de Dipolo do Oceano Índico (IOD), o qual também se mostra neutro neste momento, embora com valores positivos nos últimos cinco meses, de acordo com a maioria dos modelos climáticos. No entanto, de seis desses modelos há dois que apontam para um desenvolvimento mais expressivo deste fenômeno nos próximos meses.
"Eventos positivos de IOD são, geralmente, ligados a chuvas abaixo da média na primavera, enquanto os padrões de La Niña promovem precipitações acima da média em pontos específicos", diz o boletim do Instituto Australiano de Meteorologia.
Em sua última entrevista ao Notícias Agrícolas, o meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Luiz Renato Lazinski, explica que o La Niña ainda não está completamente configurado, porém, que necessita de acompanhamento e, consequentemente, cautela do produtor rural.
Confirmado, o especialista acredita que boa parte da primavera e do verão no Brasil possam ser influenciados pelo fenômeno.