Falta de chuvas ameaça a colheita de soja em San Pedro e Alto Paraná, no Paraguai
Em entrevista ao canal paraguaio PRO, Karsten Friedrichsen, presidente da Associação dos Produtores de Soja, Oleaginosas e Cereais do Paraguai (APS), comentou os recentes problemas climáticos que estão sendo enfrentados pelo Paraguai às vésperas de uma colheita de soja a nível nacional.
Ele destaca que a região do departamento de San Pedro, nas regiões próximas ao Rio Paraguai, está com um severo problema de seca, com um intervalo de 20 a 25 dias sem chuvas. Alguns setores do departamento de Alto Paraná, segundo o presidente, também "não estão recebendo chuvas como os cultivos requerem".
Por outro lado, as previsões de um La Niña que afetaria diretamente o país não se concretizaram ao longo da safra. Os cultivos de soja nos departamentos de Alto Paraná e Canindeyu, que são importantes para a cultura no Paraguai, estão em boas condições, no aguardo dos próximos 20 dias, que irão definir o cenário climático para a colheita.
Em cerca de 1% a 2% do território paraguaio, a colheita já começou, embora venha com força apenas no mês de fevereiro. De acordo com Friedrichsen, os resultados, até o momento, são positivos, com rendimento médio de 3000 kg por hectare (cerca de 50 sacas por hectare).
O departamento de San Pedro, como apontam dados divulgados pela Câmara Paraguaia de Exportadores e Comercializadores de Cereais e Oleaginosas (Capeco), representa cerca de 9% da produção total de soja do Paraguai, enquanto Alto Paraná e Canindeyu representam, respectivamente, 27% e 19%, sendo as maiores áreas produtivas, junto com Itapúa (19%).
Previsões climáticas
O Centro Internacional Para a Pesquisa do Fenômeno El Niño (CIIFEN) aponta, em seu boletim que compreende as previsões climáticas para a América do Sul em janeiro, fevereiro e março, que grande parte do Paraguai deverá ter níveis normais de chuvas ao longo do período.