Seca no Nordeste pode influenciar na próxima safra do milho e do feijão
A seca que atinge diversas regiões do Nordeste continua causando estragos nas lavouras, principalmente em plantações de milho e feijão. Em Pernambuco, por exemplo, a situação não é nada favorável para os produtores. “Nós trabalhamos em cima de barragens que foram secando porque não houve uma boa quantidade de água no solo”, afirma Josenildo José, gerente da Cooperativa de Camocim de São Félix.
O cenário é tão preocupante que a próxima safra (2016/2017) pode ser diretamente afetada. “Nós começamos a plantar em agosto e esperamos colher até março do ano que vem. O período de seca que estamos passando não é nada favorável para as culturas”, diz Josenildo.
Segundo Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo, é normal não chover nesta época do ano. "Nos próximos 15 dias o tempo segue seco no sertão nordestino e não há expectativa de chuvas significativas na região”. Há uma tendência de que dezembro também seja seco, mas em janeiro a situação pode começar a mudar. "As chuvas devem voltar para o centro-norte do Nordeste e áreas do sertão hoje castigadas pela seca", completa o meteorologista.
De acordo com o Josenildo, apesar da atual situação, algumas áreas do estado foram menos afetadas devido à presença de rios que cercam os locais. “A região de Bezerros, por exemplo, foi castigada, mas tem um rio que passa por lá e pode amenizar essa perda. As cidades do Sertão pernambucano, no entanto, não têm essa alternativa e serão muito prejudicadas”, explica.
Buscando evitar maiores prejuízos, muitos produtores passaram a investir em novas atividades e alguns outros migram para regiões com mais água, próximas ao rio São Francisco. “O atual momento por aqui é bem desestimulante. Os agricultores precisam se sustentar e o clima não deixa, então procuram novos meios para obter um lucro”, finaliza.