Nova era para a proteção climática

Publicado em 04/11/2016 06:08

Nesta sexta (4/11) começa uma nova era para a proteção climática internacional. O Acordo de Paris entra de fato em vigor -apenas 11 meses após ter sido promulgado.

A impressionante rapidez do processo de ratificação salienta que a comunidade internacional está levando a sério esse debate. A proteção climática não é mais considerada um problema a ser resolvido somente pela política ambiental.

Ao contrário, trata-se de uma prioridade tanto para os chefes de governo e de Estado como também para a sociedade civil e líderes de grandes empresas. O mundo pode se orgulhar disso.

Todavia, o Acordo de Paris só constará dos livros de história se conseguirmos implementá-lo integral e rapidamente. Apenas então será iniciada a necessária transformação para uma economia neutra em carbono.

Brasil e Alemanha contribuíram, com sua célere ratificação do Acordo de Paris, para que ele entrasse em vigor em tempo recorde. Nossos países terão papéis decisivos nos próximos passos, tanto dentro de suas próprias fronteiras quanto no contexto internacional.

Os desafios também são imensos, temos que admitir. Uma "energiewende" -a conversão para um abastecimento energético proveniente de recursos renováveis- não acontece automaticamente. Precisa ser moldada de forma ativa e prudente. Ademais, a redução do desmatamento exige esforços constantes.

No entanto, nossa longa cooperação bilateral nessas áreas já promoveu notáveis conquistas: conseguimos criar novas áreas protegidas nas florestas tropicais e as já existentes receberam mais proteção.

Com apoio decisivo da Alemanha, o Brasil criou o Fundo Amazônia, um instrumento orientador para a redução de emissões e o combate ao desmatamento. Fora isso, os dois países cooperam estreitamente na contínua expansão da energia solar e eólica e do biogás, bem como no fomento da eficiência energética.

No plano internacional, é preciso elevar gradativamente os objetivos nacionais para a proteção climática e, ao mesmo tempo, desenvolver estratégias de longo prazo, com vistas a alcançar na segunda metade deste século um mundo neutro em carbono, tal como acertado em Paris.

Leia a notícia na íntegra no site Folha de S.Paulo.

Reuters: Emissões de gases estufa devem ultrapassar meta de acordo global do clima em 2030, diz ONU

Por Nina Chestney

LONDRES (Reuters) - As emissões de gases de efeito estufa em 2030 irão ultrapassar em 12 bilhões a 14 bilhões de toneladas o que é preciso para manter o aquecimento global dentro da meta acordada internacionalmente, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira.

Um dia antes de o pacto climático global conhecido como Acordo de Paris entrar formalmente em vigor, o relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) analisou os compromissos atuais dos países para os cortes de emissões e se eles são suficientes –- e descobriu que não são.

As emissões devem atingir o equivalente a 54-56 bilhões de toneladas de dióxido de carbono em 2030, muito acima das 42 bilhões de toneladas necessárias para se ter uma chance de limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius neste século.

No ano passado, o Pnuma estimou que a diferença entre os compromissos e os cortes de emissões que os cientistas estimam ser necessários era de até 12 bilhões de toneladas.

Mesmo se as promessas de cortes de emissões do pacto de Paris forem totalmente implementadas, as emissões previstas para 2030 poderiam colocar o mundo a caminho de um aumento de temperatura de 2,9 a 3,4 graus Celsius neste século, segundo o relatório.

"Se não começarmos a adotar ações adicionais agora, começando na cúpula climática iminente em Marrakesh, iremos lamentar a tragédia humana evitável", disse Erik Solheim, diretor do Pnuma, em um comunicado.

Os delegados das nações signatárias irão se reunir na cidade do Marrocos entre 7 e 18 de novembro para começar a colocar em prática suas muitas promessas de enfrentamento da mudança climática e elaborar um "livro de regras" para o acordo fechado em dezembro passado, que entra em vigor na sexta-feira.

"O número crescente de refugiados do clima atingidos por fome, pobreza, doenças e conflitos será um lembrete constante de nosso fracasso em cumprir promessas. A ciência mostra que precisamos agir muito mais rápido", acrescentou Solheim.

O Acordo de Paris promete manter o aquecimento global "bem abaixo" dos 2 graus Celsius acima dos tempos pré-industriais, mas os compromissos atuais de limitação de emissões são tímidos demais e irão permitir que as temperaturas subam para talvez 3 graus Celsius ou mais até 2100.

O relatório disse que o setor privado, as cidades e as regiões podem reduzir as emissões em vários bilhões de toneladas até 2030 em áreas como agricultura e transporte, e também através de uma maior eficiência energética.

G1: Acordo do Clima de Paris entra oficialmente em vigor nesta sexta-feira

Quase um ano depois da sua aprovação, em Paris, o primeiro acordo vinculante contra as mudanças climáticas que envolve todo o planeta entra oficialmente em vigor nesta sexta-feira (3), mas resta um longo caminho a percorrer para que ele realmente produza efeitos.

O Acordo de Paris, que é destinado a substituir o Protocolo de Kioto em 2020, é o primeiro pacto universal para tentar combater a mudança climática. Ele tem como objetivo manter o aumento da temperatura média mundial "muito abaixo de 2°C", mas "reúne esforços para limitar o aumento de temperatura a 1,5°C", em relação dos níveis pré-industriais.

O acordo foi aprovado por aclamação por representantes de 195 países na COP 21, em dezembro de 2015.

A entrada em vigor ocorre às vésperas da 22ª Conferência da ONU sobre o Clima, que começará na segunda-feira (7)  na cidade marroquina de Marrakesh. Um total de 92 países já ratificaram (aprovaram internamente) o Acordo de Paris.

O limite mínimo de 55 países que representam 55% das emissões mundiais de gases do efeito estufa -- necessário para que o acordo entrasse em vigor -- foi atingido antes do que os especialistas esperavam.

No entanto, a ONU advertiu nesta quinta-feira, como informa a agência AFP, que o planeta deve reduzir "de maneira urgente e radical" suas emissões de gases do efeito estufa para evitar uma "tragédia humana".

"Se não começamos a adotar medidas adicionais a partir de agora, a partir da conferência de Marrakesh, terminaremos chorando ante uma tragédia humana evitável", declarou Erik Solheim, diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que publicou seu relatório anual sobre a ação climática global.

Entre os principais países emissores, a Rússia ainda não indicou quando ratificará o acordo. Na Austrália e no Japão, o processo já está em andamento, e na Europa, Polônia, Bélgica, Itália e Espanha ainda devem ratificá-lo em nível nacional.

Na América Latina, Argentina, Brasil, México, Peru, Costa Rica, Bolívia, Honduras e Uruguai também ratificaram o acordo, entre outros.

"É importante manter a dinâmica de Paris e não se limitar a se parabenizar pela sua mera entrada em vigor", alertou Alden Meyer, especialista da organização americana Union of Concerned Scientists.

Leia a notícia na íntegra no site G1.

Confira comentários dos internautas sobre a questão ambiental:

Rodrigo Polo Pires, Balneário Camburiú (SC)

"Geoffrey G. Duffy, professor da Universidade de Auckland, Nova Zelândia: \"Ainda que o nível do CO2 dobrasse ou triplicasse, isso virtualmente teria pouco impacto, posto que o vapor de água e a água condensada em partículas nas nuvens dominam a cena em todo o mundo, e assim será sempre\". Timothy Ball, ex-professor de climatologia da Universidade de Winnipeg, Canadá: \"O CO2 não é um gás poluente. Na verdade ele tem consequências positivas. Quanto maior sua concentração na atmosfera, maior o crescimento das plantas. A atividade do Sol é o principal fator que afeta o clima no planeta, mas quase não é mencionada. Os especialistas têm medo de falar, são acusados de receber dinheiro da indústria do petróleo. Eu mesmo já fui alvo de ataques pessoais\". Dr. Guy LeBlanc Smith, ex-chefe de pesquisas da CSIRO, Austrália: \"Ainda estou para ver uma prova crível de que o CO2 está provocando a mudança climática, ou que só o CO2 feito pelo homem a está provocando. Faltam dados atmosféricos, e os dados dos núcleos de gelo recusam essa hipótese. Quando é que acordaremos coletivamente dessa ilusão enganosa?\."

"O ambientalismo, campanha midiática baseada em farsa ou fraude Dr. Kiminori Itoh, físico-químico ambientalista, membro do IPCC: \"Os temores espalhados sobre o aquecimento global constituem o pior escândalo científico da história. Quando o público perceber a verdade, vai se sentir decepcionado com a ciência e com os cientistas\."

"Leia esse livro: https://www.cubdest.org/libros/ecoterrorismo.pdf"

Paulo Roberto Rensi, Bandeirantes (PR)

"He! He! (risos). Gases, gases, gases, serão eles os vilões? Alguém já viu o CO2 produzido, derivado de alguma atividade que você realizou? Fala-se muito nos Gases de Efeito Estufa (GEE), dióxido de carbono (CO2), óxido nitroso (N2O) e metano (CH4). O óxido nitroso é um subproduto de adubação nitrogenada nas culturas. Toda essa cantiga é feita em cima de um elemento que nós, pessoas comuns, não temos muita percepção, pois não vemos, não temos aparelhos para medi-los e ignoramos a presença deles, pois suas concentrações são na casa de UMA parte por milhão, ou seja, não fomos apresentados a esses gases, só ouvimos falar e, tudo o que se fala..."

"Continuação:... É VERDADE ??? Fala-se muito em poluição nos grandes centros urbanos, mas ali há um micro clima criado pela construção de prédios um ao lado do outro, volume de motores de combustão jogando o produto da queima dos combustíveis nos narizes dos transeuntes, enfim é o preço do progresso desordenado e que vão ser necessários alguns séculos para remediar esses ecossistemas urbanos... Agora vender a imagem que a culpa maior são de três gases... RENHO MINHAS DÚVIDAS !!!"

Sr. Marco, o termo \"meio ambiente\" é uma ideia doida dos tapados ambientalistas... Me responda quando você está na sala, você consegue separar \"meio ambiente\" da sala, para desfrutar dessa \"metade\"? Na minha santa ignorância NÃO EXISTE MEIO AMBIENTE... EXISTE AMBIENTE !!! Todos os elementos que compõem o ambiente têm inter relações, logo é ... ÚNICO !!!"

"Qual é o limite da insensatez ??? Acredito que essa resposta nunca será dada, pois os insensatos não têm limites. Diante dessa realidade, vivenciamos \"otoridades\", principalmente na área do \"meio ambiente\", cujo desequilíbrio está no seu DNA. Veja, não tem conserto, onde esse indivíduo estiver ele vai provocar estrago. Exemplo de conhecimento geral é quando aquele louco do Rio de Janeiro, que andava vestido com uns coletes estampados, seu nome, se não me engano é Carlos Ming, então Ministro do Meio Ambiente, que protagonizava ações cinematográficas, onde ele aparecia sentado nos para lamas de tratores chegando ao local do crime. Quando era entrevistado pelo repórter, usava o bordão: \"Estamos dando uma resposta à sociedade\" !!! Muitos já escutaram essa frase, não? Às vezes de comandante de policia militar, delegado de policia civil, prefeito, deputado, senador e por aí vai... Essa é a cantiga que nos tem embalado para a condição de servidão \"ad eternum\" ao sistema político e governamental desde o descobrimento. O SENHOR ESTADO E SEUS SERVOS ... No principio da Moralidade há um velho ditado em latim que diz: \"non omne quod licet honestum est\" (nem tudo o que é legal é honesto)... Ou seja, O Império da Lei, nem sempre é O Império da Moral !!!"

Carlos William Nascimento, Campo Mourão (PR)

"Realmente, o CO2 tem pouco impacto sobre o chamado efeito estufa. O grande vilão é o metano, que é dezenas de vezes mais nocivo á atmosfera do que o CO2. Grandes emissões deste gás são originadas nos criatórios de animais. Os ambientalóides não falam nisso porque a solução seria mudar a dieta alimentar da população, reduzindo o consumo de carne. Vamos convir que isso não vai agradar o povo. Então, escolheram os automóveis como vilões. Uma coisa é certa, não existe maneira de produzir soja e milho para alimentar animais se a China e India comerem tanta carne como um cidadão americano. Num futuro muito próximo teremos que escolher entre alimentar pessoas com grãos ou alimentar animais para obter carnes. Ou ainda um meio termo."

Carlos Massayuki Sekine, Ubiratã (PR)

"Estou lendo um livro de Miriam Leitão com o título de História do Futuro (o horizonte do Brasil no século XXI). Ela discorre brilhantemente sobre política, economia, demografia, saúde, educação e dedica um capítulo à agricultura. Mostra-se bem informada sobre vários aspectos relacionados à atividade como boa jornalista que eu sempre considerei que ela é. Escreve sobre os efeitos que a agricultura pode sofrer no futuro com as mudanças climáticas, mas não consegue escapar de alguns paradigmas entranhados na cabeça dos cidadãos comuns em relação à agricultura, por exemplo, o uso dos agrotóxicos ou a emissão de carbono. Ela informa que consumimos mais agrotóxicos que os EUA, mas não lembra, ou não sabe que a nossa condição climática tropical nos expõe a uma pressão muito maior de pragas, plantas daninhas, fungos patogênicos se comparado a um país de clima temperado. É claro que devemos sempre buscar a redução do uso desses produtos, mas é natural que o nosso consumo de agrotóxicos seja maior que o deles. Informa também que a agropecuária é responsável por 63% das emissões de CO2 no Brasil, mas não escreve absolutamente nada sobre a fixação do mesmo CO2 pela agropecuária. Se uma jornalista do gabarito de Miriam Leitão, que está acima de picuinhas ideológicas, não tem ou não divulga essas informações, só posso concluir que estamos muito mal na fita. Nosso marketing está péssimo. Deixamos dizer por aí que estamos esculachando e sujando o mundo e não fazemos nada. Realmente estamos muito mal representados."

"Sr. João Alves, independente da nossa opinião sobre a jornalista, a mensagem que eu quis passar é de que a nossa imagem perante a sociedade, principalmente nos grandes centros, vai de mal a pior. Para eles somos grileiros de terras, desmatadores, depredadores da natureza, caçadores de índios, usuários de mão de obra escrava, culpados pelo aquecimento global, enfim, somos o cocô do cavalo do bandido. Ambientalistas, indigenistas, esquerdistas esculhambam com a nossa reputação contando mentiras e meias verdades e nada é feito. É isso o que me incomoda."

Luiz Antonio Lorenzoni, Campo Novo do Parecis (MT)

"Mirian Leitão é casada com Sergio Abranches, sociólogo metido a ambientalista... Na época da discussão do código florestal o casal só dizia asneiras e mentiras. Ela até pode ter algumas \"tiradas econômicas\" interessantes, mas como toda esquerdista, com relação ao agronegócio e meio ambiente é uma rematada ignorante, repetindo os mantras ambientalóides capitaneados pelo marido..."

 

 

Fonte: Folha + Reuters + G1

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