Estiagem atinge agronegócio
Segundo a Climatempo, previsão é de temporadas de chuvas irregulares
No Brasil, um setor de grande importância para a economia é o agronegócio, que representa 23% do Produto Interno Bruto (PIB) e gera 30% dos empregos no país. Em 2015, o desempenho das principais commodities agrícolas tende a ter uma queda, mas ainda assim poderão ser observados números razoáveis que vão contribuir com o crescimento da economia, comparado aos demais setores que projetam uma desaceleração neste ano.
O motivo da queda é a estiagem que atinge o Sudeste e o Centro-Oeste, e pode trazer um impacto negativo ao setor. Alguns fatores já podem ser percebidos como o escoamento de grãos que tiveram seu transporte alterado. Isso, pois, a hidrovia Tietê-Paraná, uma das mais importantes do país, já tem alguns pontos de paralisação devido à falta d’água.
Segundo Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo, as condições não são boas para o setor. “As condições macro, do ponto de vista oceânico, vão continuar desfavorecendo as chuvas regulares, que podem beneficiar o agronegócio. Ao que tudo indica será uma temporada de chuvas irregulares”, diz.
O crescimento previsto não depende somente do clima, mas também vai requerer que o agronegócio explore seus ganhos de produtividade, sem depender apenas de impulsos da demanda. Existem muitos fatores externos como a desaceleração do mercado chinês, principal destino do grão brasileiro, que podem impactar as negociações em 2015.
O ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e atual presidente do conselho de administração da União da Indústria da Cana-de-açúcar (UNICA), João Roberto Rodrigues, ressalta que a maior cautela do setor deve ser vista para o ano de 2016. “A valorização do dólar pode aumentar ainda mais os custos de produção. E se os preços lá fora continuarem em queda, devido o aumento da oferta, as margens serão ainda menores no próximo ano (2016)” afirmou.