Ucrânia também quer limitar importações de carnes

Publicado em 04/02/2011 08:27
A Rússia continua fazendo escola. Pois a Ucrânia, vizinha e integrante da ex-União Soviética (e agora parceira na Comunidade de Estados Independentes) também acena com a possibilidade de limitar as importações de carnes, como fazem os russos já há algum tempo.

A medida está em estudo no Ministério do Desenvolvimento Econômico e Comércio da Ucrânia, segundo o qual a Ucrânia importou em 2010 cerca de 150 mil toneladas de carne de frango e derivados, além de 100 mil toneladas de carne suína.

O problema, de acordo com o Serviço Federal de Veterinária e Biosseguridade, é que a maior parte dessas importações vem sendo de produtos de baixa qualidade e efetuada a partir de países da zona do euro – que subsidiam não só a produção, mas também as exportações avícolas. Dessa forma, conseguem acessar o mercado ucraniano com preços inferiores aos custos de produção locais.
Como essa questão vem sendo considerada “fator impeditivo do desenvolvimento da produção animal da Ucrânia” e, por isso, deve ser tratada como “problema de segurança alimentar do país”, a primeira medida deve ser a introdução de licenças de importação. Mas nada impede que, em um segundo momento, a Ucrânia crie quotas limites de importação.

A medida pode afetar, em primeiro lugar, as importações de carne de frango, visto que a produção interna cresce rapidamente. Segundo a entidade dos produtores avícolas ucranianos em 2010 a produção de carne de frango aumentou 9% e ficou próxima do milhão de toneladas, volume que disponibilizou para a população 24 kg per capita de carne de frango.

Mas o setor está de olho, também, no mercado externo, havendo negociações para a venda do produto a mercados de países asiáticos mais próximos. A propósito, Oleksandr Bakumenko, líder da avicultura local comenta:

“As exportações globais de carne de frango movimentam anualmente algo em torno de 8 milhões de toneladas de carne de frango, das quais Brasil e EUA respondem por cerca de 3 milhões. Eles são os maiores exportadores mundiais e estão presentes em quase todos os mercados. Mas nós temos condições de competir com eles em termos de preço e de qualidade”.

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Fonte: AviSite

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