Preços altos da carne impulsionam lucros da Tyson Foods

Publicado em 07/02/2022 16:30

(Reuters) - O lucro da Tyson Foods quase dobrou no primeiro trimestre e superou as estimativas, impulsionado por preços mais altos, fazendo com que as ações do maior frigorífico dos Estados Unidos disparassem nesta segunda-feira.

Em um momento em que a demanda dos restaurantes está se recuperando à medida que lançam novos itens de menu para trazer de volta os clientes perdidos durante a pandemia, o aumento dos preços da carne para combater os custos mais altos de mão de obra e transporte beneficiou muito os frigoríficos norte-americanos.

O CEO da companhia, Donnie King, disse que já está vendo menor rotatividade e redução na ausência de trabalhadores, após desafios em relação a mão de obra ocorridos durante o surgimento da variante Ômicron do coronavírus. Segundo ele, a expectativa é que a disponibilidade de trabalhadores seja maior no restante do ano.

No primeiro trimestre, a Tyson informou que os preços médios da carne bovina subiram quase 32%, compensando um declínio no volume causado por restrições na cadeia de suprimentos. Isso ajudou a margem operacional da Tyson a crescer para 11,3%, acima dos 6,7% do ano anterior.

Os preços mais altos da carne, no entanto, deixaram o governo Biden preocupado, pois os lucros continuam aumentando nos frigoríficos.

Analistas disseram que o aumento das margens operacionais poderia atrair mais escrutínio indesejado de Washington para a Tyson e três outros gigantes da indústria que abatem cerca de 85% do gado engordado com grãos no país.

As vendas gerais de carne bovina aumentaram cerca de 25%, para 5 bilhões de dólares, ajudando as vendas da Tyson, com sede em Springdale, Arkansas, a subir 23,6%, para 12,93 bilhões de dólares no primeiro trimestre encerrado em 1º de janeiro, conforme dados do IBES da Refinitiv.

O lucro líquido atribuível saltou para 1,12 bilhão de dólares e, excluindo itens, a Tyson ganhou 2,87 dólares por ação, também superando as estimativas de 1,95 dólar por ação.

Com relação ao custo com alimentação animal, o CEO da empresa projeta novos avanços dos insumos usados na ração, como milho e farelo de soja.

"Espero totalmente que continuem a subir", disse ele sobre os grãos.

Sobre o segmento de frangos, o CFO da Tyson, Stewart Glendinning, acrescentou que a companhia reestruturou a estratégia de preços da proteína para responder à inflação e às condições do mercado.

O CEO disse que a Tyson se tornou dependente demais da compra de frango de outras empresas e "esqueceu de crescer" no segmento.

(Reportagem de Ananya Mariam Rajesh em Bengaluru)

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Fonte: Reuters

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