USDA reduz estimativas de exportação mundial das carnes bovina e de frango

Publicado em 15/04/2020 08:07

Depois de prever (janeiro de 2020) que as exportações mundiais de carnes do corrente exercício aumentariam em, pelo menos, 2 milhões de toneladas (mais de 6% em relação a 2019), com a pandemia da Covid-19 o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) refez as suas contas e agora estima um volume adicional que não chega às 800 mil toneladas, passando de 32,092 milhões/t (2019) para 32,851 milhões/t (2ª previsão para 2020). O detalhe é que esse aumento tem a participação, apenas, da carne suína.

Comparativamente ao que foi previsto no início do ano a maior perda deve recair sobre a carne bovina: o volume agora projetado (10,665 milhões/t) representa redução de mais de 8%. Tal queda se repete em relação a 2019, o volume apontado recuando cerca de 2%.

Já as exportações de carne de frango podem ficar 3,7% menores que o proposto na primeira projeção. Deveriam chegar a, aproximadamente, 12,160 milhões/t, mas o sugerido agora são 11,708 milhões/t. Em comparação ao registrado em 2019 recuam perto de 1,5%.

Por sua vez, as exportações de carne suína tendem a ser ligeiramente superiores ao que foi apontado na primeira previsão. O previsto inicialmente era um aumento não muito superior a 10%. Agora, as projeções são de uma expansão de mais de 12%, índice que corresponde a volume em torno de 10,480 milhões de toneladas, ou seja, quase o mesmo projetado para a carne bovina.

A propósito, o surto de peste suína africana alterou profundamente os níveis de participação das três carnes no comércio internacional. Quatro anos atrás (2016) a carne de frango detinha quase 39% do total, a carne bovina ficando com 32% e a suína com pouco mais de 29%.

Pelas projeções atuais, as carnes bovina e suína passam a compartilhar fatia praticamente idêntica, de 32%, enquanto a participação da carne de frango cai para menos de 36%. Aumento, pois, de mais de 9% para a carne suína, estabilidade para a carne bovina e perda de participação de quase 8% para a carne de frango.

Notar, de toda forma, que apesar de terem sido divulgadas há menos de duas semanas, estas novas previsões do USDA já perderam totalmente o sentido. Porque, por exemplo, lá mesmo nos EUA, a pandemia do coronavírus vem sendo tão intensa e agressiva a ponto de reduzir ou paralisar as atividades de diversos grandes abatedouros. Ou seja: já se teme a falta de carne para o abastecimento interno. E, neste caso, as exportações devem recuar ainda mais que o atualmente previsto.

Tags:

Fonte: AviSite

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Abertura de mercado no Chile para vísceras comestíveis
Cargill suspende produção em unidade de carne no Kansas após desabamento parcial do telhado
Setor de proteína animal se pronuncia sobre a respeito da Medida Provisória do PIS/Cofins
IBGE: Abate de bovinos atinge recorde na série histórica; frangos e suínos têm queda
JBS diz que China bloqueou carne bovina de fábrica nos EUA após detecção de aditivo