Escoamento lento das carnes limita evolução nos preços do boi gordo, frango e suíno vivo
Boi Gordo: Cenário é de oferta curta de animais e escoamento lento da carne
Por Breno de Lima, zootecnista da Scot Consultoria
Pecuaristas estão voltando aos poucos para as negociações e mercado está “morno” neste início de ano.
No fechamento de hoje, houve alta em duas praças pecuárias e queda em quatro para o boi gordo. Minas Gerais continua diante de um quadro de pressão baixista.
No cenário geral, a oferta de boiadas restrita gera dificuldade de compras. Dessa forma, há dificuldade por parte dos frigoríficos de alongarem suas escalas e isso dita o ritmo do mercado do boi gordo.
Apesar dessa dificuldade de aquisição de matéria-prima, o escoamento da carne é lento neste início de ano e não gera necessidade de intensificar as compras.
Isso garante estabilidade nos preços da arroba do boi gordo na maior parte das praças pesquisadas pela Scot Consultoria.
O mercado atacadista de carne bovina com osso está estável, com o boi casado de animais castrados cotado em R$ 9,60/kg.
Suíno: Mais uma semana de queda nas cotações do animal vivo
Por Larissa Albuquerque
Os preços do suíno vivo no mercado independente iniciaram mais uma semana em queda. Com dificuldade no escoamento da produção, já esperado pelo setor, as cotações recuam pela segunda semana consecutiva em boa parte das praças de comercialização.
O levantamento de preços do Notícias Agrícolas apurou que em Santa Catarina a referência saiu de R$ 4 para R$ 3,80/kg. Já no Paraná o recuo foi de R$ 0,02 no quilo do animal vivo, saindo de R$ 4,19 para R$ 4,17/kg.
No mercado atacadista de São Paulo, a carcaça especial está cotada em R$6,70/kg, com desvalorização de 1,5%, neste início de ano, segundo informou a Scot Consultoria.
Para a Scot, "a queda de preços, tanto para os suínos terminados como para a carcaça no atacado, pode ser entendida como uma dificuldade de escoamento da produção, em um cenário em que o consumo não dá conta da oferta vigente".
Exportações
As exportações de carne suína 'in natura' na primeira semana de 2017 [cinco dias úteis], demonstraram um bom desempenho em volume e receita, segunda dados divulgados nesta segunda (9), pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
No período foram embarcados 15,8 mil toneladas, com média diária de 3,2 mil/t. Esse volume representa crescimento de 61,8% frente ao igual período de dezembro/16 e janeiro/16. O preço médio da tonelada foi de US$ 2.258,3.
Em receita, as exportações totalizaram US$ 35,7 milhões, com avanço de 61% na comparação com dezembro, e 102% na relação com mesmo período de janeiro do ano passado.
Frango vivo: Após quedas, semana começa com preço estável
Por Larissa Albuquerque
Após abrir a primeira semana do ano com queda considerável em algumas praças. As cotações do frango vivo no mercado independente iniciaram esta segunda (9) estáveis nas praças pesquisadas.
Em São Paulo a referência é de R$ 2,80 o quilo do animal vivo. Já em Minas Gerais a cotação é de R$ 3/kg.
O comportamento dos preços neste início de 2017 assemelha-se ao registrado nos primeiros dias de 2016. A diferença, fundamente, é de que considerando a inflação superior a 6%, significa preço real em torno de 10% menor neste ano.
Mas, apesar do cenário preocupante aos produtores independentes, na média de 2016 o setor avícola foi um dos que mais lucrou, em um ano difícil para a cadeia de carnes.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, média anual dos preços pagos pelo frango vivo em São Paulo ficou 10,6% maior que em 2015. A cotação média foi de R$2,89/kg.
Em 2017, as projeções são mais animadoras. Para o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), as exportações de carne de frango poderão impulsionar os resultados da avicultura brasileira, especialmente em função dos recentes surtos de gripe aviária importantes países consumidores da Ásia e Europa.
"No mercado doméstico, a lenta recuperação da economia deve seguir limitando a demanda do consumidor. Por outro lado, as vendas de carne de frango podem ser favorecidas, já que é mais em conta que a bovina e a suína", lembra o Centro, em nota.