Demanda restrita limita valorizações na arroba, frango e suíno vivo
Boi Gordo: Desvalorização da carne no atacado limita alta da arroba mesmo com oferta limitada de boiadas
Por Felippe Reis, zootecnista da Scot Consultoria
Apesar da oferta restrita de boiadas, parte das indústrias inicia a segunda-feira ofertando preços abaixo da referência no mercado do boi gordo. Porém, nesses casos, os negócios dificilmente são concretizados.
As desvalorizações verificadas na primeira quinzena do mês no mercado atacadista de carne têm colaborado com as tentativas de compra abaixo da referência.
Das trinta e duas praças pesquisadas para o boi gordo, foram observadas quedas em quatro e alta em outras quatro.
No atacado de carne com osso, o boi casado de animais castrados está cotado em R$ 9,32/kg.
Para os próximos dias fica a expectativa de como o mercado atacadista se comportará, uma vez que a segunda quinzena do mês é um período de menor consumo.
Este é um fator que pode reduzir a sustentação do mercado, mesmo com a oferta de boiadas limitada.
Frango Vivo: Cotações seguem estáveis nesta 2ª feira nas principais praças de comercialização
Por Sandy Quintans
O mercado de frango vivo inicia a semana com cotações estáveis nas principais praças de comercialização. Nesta segunda-feira (17), a referência de negócios em São Paulo é de R$ 3,10/kg e em Minas Gerais os negócios ocorrem a R$ 3,30/kg – maior valor praticado.
Com a entrada da segunda quinzena do mês, altas não são esperadas para o mercado, por se tratar de um período em que historicamente a demanda por proteínas é menor. Além disto, o feriado na última semana enfraqueceu os negócios nos últimos dias, segundo explica o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
“A tendência para o restante do mês é de uma demanda mais restrita, o que pode contribuir para alterações nos preços”, alerta. Desde o final de agosto, o mercado não registra nenhuma alteração nas cotações, o que acabou frustrando a expectativa do mercado por reajustes.
A Scot Consultoria também explica que a semana foi de lentidão no atacado, tanto nas granjas quanto no atacado – embora tenha sido registrados ganhos de preços para a carcaça. “Com isso, em curto prazo, não estão descartadas quedas nos preços, com a menor movimentação na segunda quinzena do mês”, aponta o boletim.
Exportações
Os embarques de carne de frango in natura registraram resultado abaixo aos do mês passado nas parciais de outubro, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Até a segunda semana do mês, foram exportados 130,7 mil toneladas, com média diária de 14,5 mil toneladas.
Se compararmos o volume por dia, o resultado atual é inferior em 13,7% ao mês passado, enquanto que em relação a um ano, houve acréscimo de 2,2%. Em receita, os embarques somam US$ 202,3 milhões, com valor por tonelada em US$ 1.547,6.
Suíno Vivo: São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul voltam a registrar preços estáveis nesta 2ª feira
Por Sandy Quintans
Nesta segunda-feira (17), as cotações para o suíno vivo voltaram a registrar estabilidade nas principais regiões. Novamente, as bolsas de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina optaram pela manutenção das cotações, assim como nas semanas anteriores. No último mês, o mercado têm registrado dificuldades para reação de preços, devido a demanda enfraquecida no cenário doméstico.
Na praça paulista, a definição para os próximos dias seguiu entre R$ 77 e R$ 79/@, segundo divulgado pela APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos). O valor é equivalente a R$ 4,11 a R$ 4,21 pelo quilo do vivo. Além disto, houve uma maior procura no dia de hoje.
No Rio Grande do Sul, a pesquisa semanal da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) apontou que a média de preços pagos aos produtores independentes permanece em R$ 3,92/kg – o mesmo resultado das últimas 3 semanas. Aos integrados, a média é de R$ 2,96/kg.
Para os insumos, também houve estabilidade na média estadual em R$ 42,50 pela saca de milho e R$ 1400 pela tonelada de farelo de soja. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) , Valdecir Folador, explica que mesmo com as perspectivas positivas para o período do ano, o mercado não tem apresentado reação.
Em Santa Catarina, a referência segue em R$ 3,90/kg, apesar de parte das regiões do estado registrar negócios abaixo deste valor – segundo informações da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos). Além disto, há registro de um excedente de oferta por parte das agroindústrias, dificultando ainda mais a retomada de preços.
“Isso é muito preocupante porque mostra a instabilidade da suinocultura. O suinocultor já esgotou seus recursos para se manter na atividade. Os bancos não liberam mais linhas de créditos para que os produtores tenham uma sobrevida no campo. Há um desespero muito forte. A situação só não é pior porque as exportações estão boas”, lamenta o presidente, Losivânio de Lorenzi.
Exportações
Por outro lado, os dados parciais de exportações de carne suína in natura em outubro seguem registrando desempenho superior ao ano passado, segundo divulgou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Até a segunda semana do mês – num total de 9 dias úteis – foram embarcados 27,0 mil toneladas.
Com média diária de 3 mil toneladas, há um acréscimo de 43,4% na comparação com o volume por dia no mesmo período do ano passado e aumento de 0,1% na relação com setembro. Em receita, os dados apontam para US$ 64,4 milhões, com valor por tonelada em US$ 2.382,2.