Semana de pressão sobre os preços do boi gordo, frango e suíno vivo
Boi Gordo: Semana encerra com oferta de compras a preços menores e pressão de baixa no mercado
Por Gustavo Aguiar, zootecnista da Scot Consultoria
O mercado afrouxou. As referências caíram em 13 das 31 praças pesquisadas.
A sustentação nas cotações deu lugar a ofertas de compra a preços menores.
Há casos de frigoríficos fora das compras em consequência da ampliação das escalas de abate no decorrer da semana.
Contudo, as quedas de preços não têm sido drásticas e ocorrem de maneira gradual.
Em São Paulo, as programações das indústrias atendem, em média, entre cinco e seis dias úteis, avanço considerável em relação ao início do mês.
No mercado atacadista de carne bovina com osso os preços estão estáveis, mas há tendência baixista para a próxima semana.
Frango Vivo: Preços cedem em grande parte das regiões nesta 6ª feira
Por Sandy Quintans
A semana encerra com baixa de cotações em grande parte das praças de comercialização nesta sexta-feira (15). Com a demanda retraída e o mercado registrando aumento na oferta de animais em algumas regiões, cotações têm cedido mesmo com o período do mês que é tipicamente de maior demanda pela proteína – com o recebimento de salários.
Segundo dados do Cepea, os preços acompanhados estão no menor patamar do ano, para o vivo, resfriado e congelado. “Mesmo com as exportações recordes de carne de frango in natura no primeiro trimestre, a oferta doméstica ainda supera a demanda – que segue reduzida não apenas no atacado e varejo, mas também no mercado spot do animal vivo”, apontam os pesquisadores.
Apesar das quedas registradas, há algumas semanas as cotações estavam estagnados há mais um mês em grande parte das regiões, mesmo com a necessidade de reajustes. Com os atuais patamares de preços para o milho – um dos principais componentes da ração -, avicultores precisam ajustar margens.
Além disso, com o período de entressafra, não há cereal disponível para compra, o que tem levado indústrias produtoras a importar de países vizinhos. Com isso, o Ministério da Agricultura (Mapa) busca a isenção de taxas para a compra de milho de outro lugares, como os Estados Unidos.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, o vice-presidente da Aurora, Neivor Canton, explicou que as margens estão ligeiramente no vermelho com a escassez da oferta de milho no mercado interno e a necessidade de importação.
“Mas as importações ainda vêm em custo elevado, porque foram consolidadas algumas semanas atrás (com um dólar mais valorizado)... As margens operacionais com milho nos atuais patamares acima de 45 reais por saca, realmente dificultam", disse Canton.
A situação não deve registrar grandes mudanças até a colheita da safrinha, quando a oferta do cereal pode se regularizar. Porém, com as dificuldades climáticas em estados produtores, o cenário ainda é incerto.
Preços
De acordo com o levantamento de preços realizados pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a maior baixa de preços foi registrada em Santa Catarina. Na semana, as cotações caíram 5,56% - com referência de R$ 2,55 pelo vivo.
Em Minas Gerais o cenário também foi de baixa. Apenas nesta semana, a praça teve quatro desvalorizações consecutivas, que levou as cotações cederem 5,17%. Com isso, a referência de negócios é de R$ 2,75 pelo quilo do vivo.
Outra baixa significativa na semana ocorreu em São Paulo. Na praça, as cotações cederam 3,57%, após semanas de estabilidade. Por isso, a referência passa a ser de R$ 2,70/kg.
Exportações
Se por um lado o mercado interno enfrenta dificuldades com custos de produção e demanda retraída, nas exportações o cenário segue positivo. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) na primeira semana de abril foram embarcadas 123,9 mil toneladas de carne de frango in natura.
Com desempenho diário de 20,6 mil toneladas, existe um crescimento de 23,2% em relação ao volume por dia de exportações de fevereiro e aumento de 37,0% em relação a abril de 2015. Em receita, os embarques somam US$ 175,8 milhões.
A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) projeta crescimento para o setor, mesmo com a demanda interna enfraquecida, baseando no aumento das exportações.
“Se somarmos os embarques para Hong Kong, a China se torna a maior importadora de carne de frango produzida no Brasil, com 69,1 mil toneladas embarcadas apenas em março. Este contexto indica equilíbrio entre a oferta interna e as exportações de carne de frango do Brasil”, ressalta em nota, Ricardo Santin, vice-presidente de aves da ABPA.
Suíno Vivo: Semana volta a encerrar negativa em SP, RS e PR
Por Sandy Quintans
Nesta sexta-feira (15), os preços para o suíno vivo encerraram estáveis, após uma semana de baixas nas principais praças de comercialização. Com as dificuldades econômicas e as altas temperaturas, a demanda pela proteína está retraída - o que tem causado pressão nas cotações mesmo sendo o período de maior consumo no mês.
De acordo com informações do Cepea, os atuais patamares de preços estão menores em cerca de 20% no acumulado de 2016. “Além da receita em queda, suinocultores também enfrentam custos de produção elevados – neste ano, o milho acumula alta de 33% na região de Campinas (SP) –, tendo, assim, de comercializar seus animais sem que atinjam o peso ideal, para aliviar custos o prejuízo”, explicam.
O levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que a maior baixa registrada na semana foi em São Paulo, com o recuo de 7,78%. A bolsa de suínos de São Paulo definiu referência entre R$ 58 e R$ 60/@ - ou R$ 3,09 a R$ 3,20/kg. A queda é significativa na praça paulista, visto que na semana anterior os negócios estavam acontecendo entre R$ 63 a R$ 65/@ e já é a terceira queda consecutiva na praça.
No Paraná, as cotações recuaram 4,70% na semana, em que a referência de negócios passou de R$ 3,19/kg para R$ 3,05/kg. No Rio Grande do Sul, o cenário também foi de baixas, após a pesquisa semanal da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) apontar cotação média de R$ 3,17/kg.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da ACSURS, Valdecir Folador, explica que a maior preocupação são os custos de produção, em que os produtores estão gastando em média R$ 4,00 por quilo do animal vivo. O principal fator de alta nos gastos das granjas é alta do milho, que subiu 100% em um ano.
"O Rio Grande do Sul colheu aproximadamente a mesma quantidade de milho da safra anterior, 5 milhões de toneladas, porém a exportação está demandando muito, então o estado já começa a se abastecer de milho importado da Argentina e do Paraguai, e temos produtores que já tem contrato para o segundo semestre de produto do Mato Grosso", explica Folador.
A escassez na oferta do cereal têm levado indústrias a importar o cereal de países vizinho. Com isso, o Ministério da Agricultura (Mapa) encaminhou pedido à Câmara de Comércio Exterior (Camex) para a retirada de taxas de importação de milho de outras regiões, como dos Estados Unidos.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, o vice-presidente da Aurora, Neivor Canton, explicou que as margens da empresa estão ligeiramente no vermelho com a escassez da oferta de milho no cenário doméstico e pela necessidade de compras em outros mercados.
“Mas as importações ainda vêm em custo elevado, porque foram consolidadas algumas semanas atrás (com um dólar mais valorizado)... As margens operacionais com milho nos atuais patamares acima de 45 reais por saca, realmente dificultam", disse Canton.
Crédito para retenção de matrizes
O Ministério da Agricultura divulgou na quarta-feira (13), um aumento no limite de crédito de custeio para retenção de matrizes suínas, que passa de R$ 1,2 milhões para R$ 2,4 milhões.
Em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN) ficou definido que a contratação do crédito poderá ser feita até 30 de junho deste ano e o reembolso será em até dois anos.
A proposta para retorno da linha de crédito havia sido apresentada pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ainda no mês de março.
Exportação
Já os embarques, seguem registrando volumes positivos. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), na primeira semana de abril foram exportadas 17,9 mil toneladas de carne suína in natura.
A média diária é de 3,0 mil toneladas, que representa crescimento de 15,7% em comparação a fevereiro e acréscimo de 66% em relação aos embarques diários de abril do ano passado.