Mesmo com demanda fraca boi gordo seguem em alta; Frango e suíno pressionados
Boi Gordo: Oferta curta de animais faz preços subirem, mesmo com demanda fraca por carne
Por Alex Lopes, zootecnista da Scot Consultoria
Mercado em alta.
A demanda não evolui e mesmo assim os frigoríficos seguem aumentando as ofertas de compra.
Além da oferta restrita de boiadas desde o começo do ano, é esperado que parte dos pecuaristas saiam dos negócios nos próximos dias em função do Carnaval. Isso faz com que os compradores “corram” para melhorar suas escalas, aumentando a pressão de compra.
Negócios acima da referência são comuns em praticamente todo país. O momento é bom para quem tem animais terminados. No Oeste do Maranhão há ofertas de compra, pontuais, acima de R$150,00@, à vista.
Existe indústria de São Paulo trabalhando com boiadas a termo, cenário pouco comum neste período do ano. Com isso, diminui a necessidade de compra boiadas da planta e permite ofertar menos pela arroba. Há também quem compre somente em outros estados. Portanto, fica claro que não há espaço para compras abaixo da referência.
O mais comum no estado são compradores pagando entre R$152,00 e R$153,00/@, à vista.
A estabilidade no mercado atacadista de carne bovina, apesar da dificuldade de escoar a produção, reflete um mercado mais ajustado à demanda, já que a oferta de matéria-prima está pequena, além de uma tentativa das indústrias que vendem carne com osso de manter suas margens, que já recuaram mais de dez pontos percentuais desde o começo do ano.
Frango Vivo: Preços registram mais um dia de estabilidade nesta 3ª feira
Por Sandy Quintans
As cotações para o frango vivo registraram mais um dia de estabilidade nesta terça-feira (02). Com a entrada do novo mês – quando o consumo da proteína é maior devido ao recebimento dos salários -, quase não houve movimentação de preços, após vários dias de baixas nas referências.
Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a demanda enfraquecida foi o principal fator de queda nas cotações. As dificuldades também continuaram com a alta dos custos de produção. “Os preços do milho e do farelo de soja não pararam de subir durante o mês, ao passo que a elevada oferta e o tradicional consumo mais restrito do começo do ano impediram um movimento de reajustes nas cotações”, explica.
Para amenizar a escassez da oferta de milho no cenário doméstico, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizou dois leilões do cereal na última segunda-feira (01) e já programa mais dois para o dia 16 de fevereiro. Será ofertado no primeiro leilão 61.656,201 mil toneladas, enquanto a segunda operação terá volume de 88.343,799 mil toneladas de milho.
» Milho: Conab realiza mais dois leilões dos estoques no próximo dia 16 de fevereiro
Já no cenário externo, as exportações de carne de frango in natura registraram aumento de 14,1%, segundo informações divulgadas pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). “Vários importantes mercados como Egito, Emirados Árabes Unidos, Kwait, China, Hong Kong, entre outros, incrementaram suas compras em relação ao mês de janeiro de 2015. A confiança dos importadores na qualidade e no status sanitário de nossa produção tem nos favorecido neste momento de grande apreensão com os impactos do aumento considerável do custo de produção”, explica o presidente-executivo, Francisco Turra.
Suíno Vivo: Com demanda enfraquecida, mais praças registram queda de preços nesta 3ª feira
Por Sandy Quintans
Nesta terça-feira (02), novas baixas foram registradas para o suíno vivo. Em Minas Gerais, a referência para a semana passa de R$ 4,00 para R$ 3,80/kg. Além do esta do mineiro, em Mato Grosso registrou queda nas cotações, com negócios a R$ 3,15/kg. Nesta semana, São Paulo e Minas Gerais também registraram quedas significativas de preços.
Por mais uma semana, o valor de referência em Minas Gerais entra como uma sugestão, visto que não houve um consenso sobre os preços. Segundo informações da ASEMG (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais), frigoríficos alegam a dificuldade para repassar custos, enquanto suinocultores apostam em um mercado mais forte, com cerca de 84% dos negócios a R$ 3,80/kg.
Já em Mato Grosso, as margens dos produtores ficaram ainda mais apertadas, visto que os custos de produção no estado está em R$ 2,90/kg, enquanto a referência é de R$ 3,15/kg. A situação se deve a um aumento dos valores praticados para farelo de soja e milho, com o ritmo de exportações elevado e escassez da oferta no mercado interno.
Em Santa Catarina, as cotações também cederam no final da semana anterior, com referência de R$ 3,05/kg. Segundo o presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, a demanda interna tem sido o principal fator de baixas. Com isso, há sobra de animais para o abate.
Para amenizar a escassez da oferta de milho no cenário doméstico, a Conab realizou dois leilões do cereal na última segunda-feira (01) e já programa mais dois para o dia 16 de fevereiro. Losivânio aponta que as medidas são positivas para o setor e que, além disto, a entrada da nova safra a situação deve melhorar ainda mais.