Pagamento de salários não eleva preço da carne
Apesar do início de mês, com pagamento de salários e aumento do poder de compra da população, os preços dos cortes sem osso vendidos pelos frigoríficos apresentaram queda de 0,43% no acumulado dos últimos sete dias.
Embora o recuo tenha sido pequeno, é um comportamento inesperado para o período, principalmente pela pequena oferta de matéria prima.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, no último mês, a carne sem osso vendida pelos frigoríficos subiu 4,7%, enquanto o boi gordo acumulou valorização de 1,8%. Talvez isso tenha limitado novas altas.
No início de outubro, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) divulgou pesquisa em que 90,0% dos varejistas entrevistados indicam que não deverão realizar contratações temporárias no final do ano.
Nos dois últimos bimestres do ano essa massa salarial extra tem papel fundamental na melhora do escoamento de carne bovina, o que ajuda a arroba, sazonalmente, atingir os maiores patamares de preços.
Além disso, o anuncio de novos reajustes nos preços dos combustíveis deve elevar ainda mais a inflação que no acumulado do ano, até setembro, é a maior da década medida pelo IPCA.
Portanto, a depender do poder de compra da população, não há muito espaço para reajustes importantes nos preços da carne bovina.