Café: o grão especial
O primeiro passo para ser especial, segundo Leite, é que seja uma variedade arábica. Manejo adequado da lavoura, boa nutrição das plantas, controle de pragas e doenças contam muitos pontos. ''Com manejo adequado os pés ficam carregados e com potencial produtivo para o próximo ano'', diz ele.
A aplicação de tecnologia se faz necessária. A colheita bem feita, acrescenta o presidente da Acenpp, faz toda a diferença: colher no pano, no momento certo, nos talhões em que há maior quantidade de grãos maduros. O grão cereja, que fica bem vermelhinho (em algumas variedades, como a IPR 99, o café maduro fica amarelinho) é o de melhor qualidade. Segundo Leite, a Acenpp tem trabalhado junto aos pequenos produtores para adotar a tecnologia do cereja descascado, em máquinas, e secagem em áreas suspensas, com ventilação por cima e por baixo.
Leite observa que questões climáticas também fazem muita diferença. No caso do Norte Pioneiro, o cenário é bastante favorável para se produzir um café especial. As temperaturas médias entre 19 graus e 21 graus e a latitude média de 23 graus ajuda na fixação dos atributos. ''Aqui o café fica mais doce, e nós trabalhamos muito em cima disso'', ressalta o produtor.
Regiões mais quente, compara o produtor, força a maturação do grão, o que o faz perder qualidade. ''A diferença entre o tradicional e o especial é mesmo o manejo'', afirma, ressaltando que no tradicional os grãos são colhidos de qualquer jeito, misturados e colocados para secar junto.